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Terça-feira, 06 de agosto de 2024

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EUA pedem que China revise vítimas do massacre na praça da Paz Celestial

Em comunicado, a secretária de Estado americana, Hillary Clinton, pediu nesta quarta-feira à China que investigue o massacre da Praça da Paz Celestial, que irá completar 20 anos nesta quinta-feira (4), e divulgue números de mortos e feridos. Nunca houve uma contagem oficial dos mortos no incidente.


Em 4 de junho de 1989, o Exército chinês enfrentou, na praça da Paz Celestial, em Pequim, estudantes e trabalhadores que protestavam pela democracia no país havia várias semanas. Centenas --ou possivelmente milhares-- de pessoas morreram na repressão aos protestos, e as discussões sobre o evento continuam sendo um tabu na China.

No dia 30 de junho de 1989, um relatório da prefeitura de Pequim mencionava "dezenas de militares mortos, 6.000 membros das forças da ordem feridas, mais de 3.000 civis feridos e mais de 200 mortos, entre os quais 36 estudantes". Mas nenhuma investigação oficial jamais foi realizada pelo governo chinês.

Pequim classifica o episódio de "incidente político" e diz considerar o desenvolvimento do país mais importante que qualquer revisão histórica. Para Hillary, a China deveria aproveitar essa ocasião para "recordar este dia dando à proteção dos direitos humanos e ao desenvolvimento democrático a mesma prioridade que deu às reformas econômicas".

No texto, Hillary diz que a China "fez enorme progresso econômico e está surgindo para ocupar o lugar que lhe corresponde na liderança mundial" e que, por isso, devia "examinar abertamente os eventos mais obscuros de seu passado e oferecer um número público de mortos, detidos ou desaparecidos, para aprender e para curar as feridas".

Hillary pediu ainda que, por ocasião da data, a China liberte as pessoas que "ainda cumprem pena" devido à sua relação com os protestos que, de acordo com ela, representam "a perda trágica de centenas de vidas inocentes".

Repressão

Nesta terça-feira (2), a dois dias do aniversário do massacre, a China bloqueou o acesso a sites como Twitter e Hotmail, além de sites de fotos e buscas Flickr e Bing. Em sua nota, a secretária de Estado americana ainda sugeriu que o governo chinês pare "de perseguir os manifestantes" e abra "o diálogo com as famílias das vítimas".

O governo da China aumentou a segurança em volta da Praça da Paz Celestial já nesta quarta-feira (3). Visitantes têm bolsas e documentos revistados, e as forças paramilitares patrulham a grande praça. Veículos da polícia estão estacionados perto do complexo do antigo palácio imperial, a Cidade Proibida.

Ding Zilin, chefe do grupo chamado Mães da Praça da Paz Celestial, formado por mulheres cujos filhos foram mortos a tiros na repressão aos protestos, teria sido proibida de sair de casa, assim como a esposa do dissidente preso Hu Jia.
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