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Terça-feira, 06 de agosto de 2024

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Obama quer coalizão com mundo muçulmano contra o terrorismo

O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, disse nesta quinta-feira, em seu esperado discurso ao mundo muçulmano, no Cairo, que seu país "nunca esteve nem estará em guerra contra o Islã" e que quer compor uma coalizão com os países muçulmanos para combater o terrorismo. "Rejeitamos a mesma coisa que pessoas de quaisquer credos rejeitam: a morte de homens, mulheres e crianças inocentes." 


O americano falou para uma plateia de aproximadamente 3.000 pessoas, na Universidade do Cairo, de acordo com estimativa da rede de TV americana CNN. 

"Os Estados Unidos defenderão a si mesmos com respeito à soberania das nações e às leis. E o faremos em parceria com comunidades muçulmanas também sob ameaça. Quanto mais cedo os extremistas forem isolados e indesejados nas comunidades muçulmanas, mais cedo estaremos todos a salvo."

No discurso, Obama disse que os ataques terroristas de 11 de Setembro foram "um enorme trauma" para os americanos e que, depois daquilo, eles não tiveram escolha senão entrar em guerra contra a rede terrorista Al Qaeda, no Afeganistão. "Nós não queremos manter nossos militares no Afeganistão. Não queremos bases militares lá. Para os EUA, é agonizante perder homens e mulheres jovens [militares]. É custoso e politicamente difícil continuar essa guerra."

Para defender que nenhuma nação deveria tolerar o terrorismo, Obama citou o Alcorão, livro sagrado do Islã. "O Alcorão ensina que matar um inocente é como matar toda a humanidade e que salvar um inocente é como salvar toda a humanidade."

Em relação à invasão do Iraque, Obama disse que foi uma "guerra por escolha" que ensinou aos EUA a necessidade de, "sempre que possível", utilizar a diplomacia e construir consenso internacional para resolver os problemas. Ele foi aplaudido ao afirmar que os EUA têm hoje a responsabilidade de devolver o país para os iraquianos.

"Deixei claro ao povo iraquiano que não queremos bases, não queremos territórios e nem recursos. [...] Nós honraremos nosso acordo com o governo democraticamente eleito do Iraque e retiraremos nossas tropas das cidades iraquianas até julho e de todo o país até 2012. Nós ajudaremos o Iraque a treinar forças de segurança e desenvolver a economia. Nós o ajudaremos como parceiro, e nunca como senhor."

No discurso, Obama ainda pediu compromisso dos países muçulmanos com o projeto por um mundo sem armas nucleares; e pediu a expansão da democracia, da liberdade de culto e dos direitos das mulheres na região.

Conflito israelo-palestino

No discurso, Obama reforçou que os EUA têm um laço "inquebrável" com Israel, porém que o Estado hebraico precisa aceitar a criação de um Estado palestino, "único meio de atender as aspirações de ambos os lados" do conflito.

"Nós não podemos impor a paz. Mas, reservadamente, muitos muçulmanos reconhecem que Israel não irá embora e, da mesma forma, muitos israelenses reconhecem a necessidade de um Estado palestino. É hora de agir por aquilo que todos sabem que é verdadeiro."

Obama reforçou a sua defesa do Mapa do Caminho --o plano de paz americano que norteia as negociações entre israelenses e palestinos-- ao dizer que os palestinos devem abandonar a violência, mas os israelenses precisam acabar com seus assentamentos.
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