Aliado do Palácio do Planalto, o governador do Ceará, Cid Gomes (PSB), afirmou nesta quinta-feira (8) que irá pedir à presidente Dilma Rousseff que ela não vete o projeto aprovado pela Câmara que prevê uma perda na fatia dos royalties que atualmente é repassada para os estados produtores de petróleo. Gomes vai almoçar com a presidente nesta quinta no Palácio da Alvorada.

Um dos líderes nacionais do PSB, Gomes enfatizou que as advertências do governador do Rio, Sérgio Cabral, de que a Copa e as Olimpíadas no Rio estarão ameaçadas caso a nova regra seja sancionada são “exageros”. Ironizando a declaração do governante fluminense, o socialista disse que está disposto a levar os dois eventos esportivos para Fortaleza (CE) se o Rio não puder bancá-los.

“O Rio de Janeiro não tem a perda que se proclama. Isso é exagero do meu querido amigo Sérgio Cabral. Já chorou uma vez. Estava dizendo que estão ameaçadas a Copa e as Olimpíadas e eu, prontamente, disse que se isso é verdade, não só uma ameaça, o Ceará está disposto a receber os jogos da Copa que estavam no Rio de Janeiro e as Olimpíadas. Sem problema, faremos lá em Fortaleza, muito bem feito”, disparou Cid Gomes.

À frente de um dos principais estados produtores de petróleo, Cabral manifestou nesta quarta (7) ter a esperança de que Dilma irá vetar pontos do texto. Em nota, o governador disse que está "tranquilo, porque a presidenta Dilma já anunciou publicamente que vetará qualquer projeto de lei que venha a alterar a distribuição dos royalties e da participação especial dos campos de petróleo já leiloados".

O governador do Ceará, no entanto, disse que conversou sobre o assunto com Dilma nos últimos dias e que irá voltar a defender a sanção integral do projeto aprovado nesta terça (6) pelos deputados federais. Segundo ele, a presidente se mostrou “preocupada” e “pressionada”. Gomes foi convidado para almoçar com Dilma no Palácio da Alvorada nesta quinta.

“Ela (Dilma) me disse que está preocupada, que está em uma situação de muita pressão. Acho que agora é a gente pressionar no bom sentido. A grande maioria dos brasileiros quer que isso seja repartido mais equitativamente”, observou.

Após receber o texto-final do projeto de lei, Dilma terá até 15 dias úteis para sancionar ou vetar a proposta de partilha dos royalties aprovada pelo Congresso. Na manhã desta quinta, ao final da cerimônia de lançamento do Pacto Nacional pela Alfabetização na Idade Certa, no Palácio do Planalto, a presidente não quis adiantar detalhes sobre sua análise dos lucros do petróleo.

Questionada por jornalistas a respeito de eventuais vetos, ela se limitou a dizer que ainda não tinha visto a lei.

"Eu não tenho a lei. Eu vou avaliar a lei. Eu ainda nem a vi. Seria uma pessoa leviana se, sem recebê-la, falasse sobre ela", afirmou Dilma.