O número de mortos subiu neste sábado após forças de segurança peruanas terem enfrentado índios nativos em confrontos que evidenciam a oposição à exploração na Amazônia e pode afetar a política favorável à investimentos do governo peruano.
Ao menos 42 pessoas morreram em protestos crescentes contra a exploração de petróleo e minas na região, que interromperam o fornecimento de alimentos e combustível e representam a pior onda de violência no atual governo do presidente, Alan Garcia.
Milhares de índios com arpões de madeira continuaram a bloquear as estradas da Amazônia peruana, prometendo continuar protestando se a polícia não suspender esforços de interromper as manifestações.
Nove policiais que eram mantidos reféns pelos manifestantes foram mortos e outros 22 foram libertados por tropas em uma missão de resgate, disse o chefe da Polícia Nacional, Miguel Hidalgo, à rádio peruana RPP. Ele disse que outros sete reféns estão desaparecidos.
Outras 30 pessoas morreram na sexta-feira, entre manifestantes e policiais, quando a polícia interrompeu um bloqueio em estrada a cerca de 1.400 quilômetros ao norte da capital, Peru.
Garcia responsabilizou seus oponentes de esquerda pela violência e defendeu o uso da força.
"Vergonha dos políticos que não podem vencer as eleições então eles reúnem grupos irracionais para fazer o que fizeram ontem", disse Garcia no sábado de acordo com a agência estatal de notícias.
Tribos, temendo perder o controle de recursos naturais, têm protestado desde abril para pressionar o Congresso a revogar novas leis que favorecem empresas de mineração e energia estrangeiras a investir bilhões de dólares na floresta amazônica.