O crescente número de casos de agressão física e violência sexual contra menores registrados em Uberlândia tem preocupado autoridades locais. Desde o início do ano, os três conselhos tutelares da cidade registraram 159 denúncias de abuso sexual. Em todo o ano passado foram 215. Já os casos de agressão física e psicológica, até agora, foram 186, contra 207 no ano passado. Ainda neste ano, na delegacia de menores foram registrados 99 inquéritos de violência contra crianças e adolescentes. O número já é maior que em todo o ano passado, quando foram 85. Os dados foram informados pela Polícia Civil e pelo Conselho Tutelar.

A preocupação das autoridades é com a omissão de familiares. De acordo com a polícia, na maioria dos casos a violência ocorre dentro de casa e o agressor é uma pessoa próxima da criança, como o pai ou um irmão. Uma das dificuldades da polícia é a falta do flagrante porque muitas vezes a denúncia só é feita tempos depois do fato. "Infelizmente a gente perecebe uma omissão, às vezes por medo, às vezes pela dependência econômica. E a gente consegue ter acesso a essa denúncias, geralmente, por terceiros", disse o conselheiro tutelar Hélio Tomaz de Souza Filho.

A delegada de menores, Lia Valechi, disse que os pais precisam ficar atentos as pessoas que convivem com seus filhos. Cuidados que podem evitar traumas e agressões. "A família tem que procurar sempre conversar, orientar para que a criança não fique próxima a pessoas estranhas ou mesmo pessoas connhecidas. Isso porque se a criança está bem orientada ela vai evitar que esse ato libidinoso ou ato sexual seja praticado contra ela e garantir a sua dignidade sexual", explicou.