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Sexta-feira, 26 de julho de 2024

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Mãe de garota detida nos EUA critica atuação de consulado do Brasil

A mãe da garota detida desde o fim de novembro em um abrigo de adolescentes em Miami, nos Estados Unidos, criticou nesta quinta-feira (10) a atuação do Consulado-Geral do Brasil na cidade americana. Alexsandra Silva afirmou ao G1 que o órgão não agiliza a entrega de documentos ao governo americano que comprovam parentesco da garota com uma tia-avó que reside nos Estados Unidos. Essa tia-avó é a única pessoa capaz de realizar visitas à jovem no momento.


“O consulado não está ajudando. Minha filha não quer a visita do consulado. Quer a visita da minha tia. Ela precisa sentir segurança”, disse por telefone a balconista de 36 anos que reside no Rio Pequeno, na Zona Oeste de São Paulo.

O Ministério das Relações Exteriores reafirmou que o Consulado-Geral do Brasil em Miami tem mantido contato constante com as autoridades americanas e tomado todas as providências cabíveis. E também que realiza visitas periódicas à garota. Na quarta, o consulado havia informado que a jovem foi retida em razão de dúvidas em relação a sua condição "migratória".

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Adolescente de 15 anos está detida em abrigo em Miami, nos EUA

Segundo Alexsandra, diversos documentos já foram enviados para comprovar o parentesco com a tia de Alexsandra. “Eles têm RG do meu pai para comprovar que meu pai era irmão da minha tia”, disse a mãe, reclamando que os papéis não foram entregues às autoridades americanas.

A balconista reclama também que não recebe uma informação concreta sobre o motivo pelo qual a adolescente está detida. Ela conta que, a pedido do consulado feito no dia em que a jovem foi detida (27 de novembro), mandou para os Estados Unidos um documento assinado por tradutor juramentado indicando que a tia é a guardiã da jovem no país. Isso, no entanto, não foi capaz de resolver a situação.

Revolta
Diferentemente de um adulto, que poderia ser deportado imediatamente em caso de irregularidade, a garota terá de esperar a decisão de um juiz americano da área da infância e do adolescente. Uma audiência está marcada para o dia 31 de janeiro, o que significa que a jovem ficará mais de dois meses sob responsabilidade do governo americano. Segundo Alexsandra, a expectativa é que, após a audiência, a garota seja deportada.

“A revolta é que minha filha ficou presa esse tempo todo para nada. Ela perdeu os sonhos dela, de conhecer os parques [da Disney]. Ficou esse tempo todo para depois mandarem ela de volta para o Brasil”, disse. A jovem ficaria no país com a tia até o dia 26 de maio.

Ela criticou também a burocracia do governo americano. "O brasileiro adora fazer viagem para o lado de lá. Se eu soubesse que era essa burocracia, jamais deixaria ela viajar”, afirmou.

A jovem contou à mãe por telefone que vai a aulas de inglês pela manhã no abrigo. Às vezes fica no pátio, e outras vezes, trancada no quarto. “É coisa pra gente presa mesmo”, afirmou Alexsandra. Ela diz ainda que filha “passou a ser triste” e que já não quer ficar nos Estados Unidos, mesmo que a Justiça daquele país permita.

O Consulado dos Estados Unidos em São Paulo afirmou que não poderia passar informações sobre o caso em razão de se tratar de uma menor de idade.
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