Segue internado no Hospital de Queimaduras de Anápolis, a 55 km de Goiânia, o casal de namorados Thays Mendes, de 19 anos, e Guilherme Almeida, de 20. Eles foram vítimas de um atentado no último sábado (5), quando uma bomba caseira foi jogada dentro do veículo que eles estavam. O estado de saúde deles é considerado grave. “A Thays é guerreira e está lutando para sobreviver. Ela é decidida e vai sair dessa”, disse o pai da jovem, o guarda noturno José Bento, de 46 anos, na tarde desta quinta-feira (10).

O G1 também falou por telefone com o marceneiro Silvestre Pereira, de 49 anos, pai de Guilherme. Ele estava no hospital visitando o filho e disse que o rapaz se recupera bem: “A família está toda transtornada, mas orando a Deus para que eles melhorem o mais rápido possível”.

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Na quarta-feira (9), o diretor geral do Hospital de Queimaduras, Leonardo Cunha, afirmou que o casal corria risco de morte: “A notícia que temos que dar não é muito feliz, no ponto de vista ao risco de morte. Em virtude do acidente ter acontecido em local fechado, dentro do carro, ambos respiraram aquele ar muito quente e eles têm uma lesão inalatória. Ou seja, eles respiraram o ar em uma temperatura muito elevada e isso veio a lesar em algum grau suas vias aéreas”.

O principal suspeito do crime é um ex de Thays. O pai dela contou que a filha e o rapaz não chegaram a namorar, mas também não deu detalhes sobre o relacionamento. Ela e Guilherme se conhecem há mais de cinco anos. De acordo com familiares, em uma das brigas do casal, ela conheceu o principal suspeito de ter praticado o crime.

“Ele [Guilherme] é um anho de pessoa. Calmo, tranquilo e muito bom de conviver. São um casal que nunca merecia uma coisa dessa”, declarou José Bento.

O guarda noturno disse que no dia do crime, a filha tinha saído de casa havia pouco tempo. Quando ele recebeu a notícia, ela e o genro já estavam hospitalizados. “Na hora que me avisaram achei que fosse mais simples, mas me assustei quando vi a gravidade. A mãe dela é que está muito abalada, vivendo altos e baixos”, contou José Bento. Thays é a única filha do casal.

Investigações
Três pessoas são suspeitas de participar do atentado. No entanto, ninguém foi preso porque a polícia informou que ainda não tem provas concretas que possam levá-los à prisão.

“Para requisitarmos uma prisão preventiva ou uma prisão temporária são necessários alguns elementos que ainda não se encontram demonstrados nos autos. É por isso que a Polícia Civil está trabalhando, ouvindo outras testemunhas, trazendo novas provas aos autos para que haja elementos suficientes para pedir uma prisão preventiva ou temporária”, explicou o delegado Eder Ferreira Martins.

Um vídeo da prefeitura flagrou o momento em que o suspeito, usando uma bicicleta, espera o sinal abrir para jogar a bomba dentro do carro. Um rapaz em uma moto, logo atrás, também é suspeito de envolvimento no crime.

O delegado Eder Ferreira informou ao G1 nesta tarde que tem outras filmagens de câmeras de segurança de lojas da rua onde ocorreu o atentado. De acordo com ele, as novas imagens permitem ver o rosto do suspeito.

A polícia já ouviu amigos e familiares de Thays e Guilherme. Na quarta-feira, o delegado foi até o Hospital de Queimaduras para pegar o depoimento do casal, mas por causa da gravidade do estado de saúde não foi possível.

Segundo Eder Ferreira, o novo depoimento foi marcado para sexta-feira (11). “O médico disse que provavelmente eles terão condições de conversar amanhã”.