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Sexta-feira, 26 de julho de 2024

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Menino morto ao tentar pegar rabeira era neto de motorista de ônibus

Foi enterrado na tarde desta sexta-feira (11) o corpo do adolescente de 12 anos, que morreu atropelado ao tentar pegar rabeira em um ônibus do transporte coletivo de Ribeirão Preto (SP) na quinta-feira (10). João Victor Fernandes, que completaria 13 anos nesta sexta, era neto de um motorista de ônibus.


O avô, João de Souza Filho, trabalha há 35 anos como motorista e disse que por várias vezes alertou o neto sobre os riscos da prática nas ruas. Segundo o promotor da Vara da Infância e Juventude Naul Felca, o Ministério Público deve abrir um inquérito e pretende discutir um plano de ações com grupos da sociedade para coibir este tipo de comportamento.

Morte
O acidente aconteceu na Avenida Ivo Pareschi, no Portal do Alto, Zona Oeste de Ribeirão. Passageiros do ônibus que seguia em direção ao bairro Jamil Cury disseram que o menino de bicicleta aguardou a passagem do veículo em um canteiro na avenida, tentou agarrar o para-choque, mas escorregou e caiu embaixo das rodas traseiras. Ele teve a cabeça esmagada e morreu no local, segundo os bombeiros.

O avô da vítima afirmou que conversava frequentemente com o neto sobre o mau comportamento das crianças e dos adolescentes com relação aos ônibus. “Eu pedi muito a ele para não fazer isso, mas as crianças não pensam, nós é que temos pensar por eles”, diz Souza Filho.

O motorista diz que a todo instante é surpreendido pela presença de menores em bicicletas presos ao para-choque dos veículos. “A gente vê direto meninos de 5 anos no Parque Ribeirão pegando rabeira nos ônibus. Quando a gente percebe, a gente diminui a velocidade, e passa mais devagar nos obstáculos para não derrubar essas crianças. Sabemos que a consequência é triste”, observa.

Souza Filho lamenta que o acidente tenha vitimado seu neto e cobra providências das autoridades. “Esse problema é muito grande e não tem cuidando disso. Deve haver mais fiscalização para evitar acidentes graves como este”.

Plano de combate
Para o Ministério Público, a situação em Ribeirão Preto é “extremamente perigosa”. De acordo com o promotor Naul Felca, o MP vai instaurar um inquérito civil na área da Infância e da Juventude e vai convocar a Polícia Militar, a Secretaria Municipal de Educação, as empresas responsáveis pelo transporte coletivo, e o corpo de voluntários comissários de menores, para verificar a viabilidade da adoção de providências mais efetivas para coibir a prática do comportamento.

Segundo Felca, os adolescentes podem ser punidos, assim como os pais. “Há a possibilidade do adolescente que for surpreendido pegando rabeira ser autuado por crime de perigo. O veículo utilizado para a prática, no caso a bicicleta, também pode ser apreendido. Os pais também poderão ser responsabilizados pelas crianças que forem flagradas”, diz.

O promotor quer saber ainda se as empresas de ônibus podem criar uma forma de dificultar o modo como os adolescentes prendem as bicicletas nos veículos.
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