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Terça-feira, 06 de agosto de 2024

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Conselho de Guardiães do Irã pede neutralidade a funcionários em eleição

O Conselho de Guardiães pediu nesta quarta-feira às pessoas que trabalharão na votação para presidente desta sexta-feira (12) e aos observadores dos quatro candidatos que sejam neutros. "Os observadores e funcionários que participam do processo são responsáveis pelo voto das pessoas. Nenhum deve demonstrar suas preferências, assim como não devem se comportar contra a ética, a religião e a lei", afirma o comunicado.


O conselho é composto por 12 pessoas e tem poder inferior só ao do líder supremo do país, o aiatolá Ali Khamenei. Entre suas funções estão a vigilância do cumprimento da Constituição iraniana e das leis islâmicas que regem o país, além da organização dos processos eleitorais. O Conselho de Guardiães admite ou rejeita candidaturas e precisa confirmar o resultado da apuração para que ele seja válido.

O Irã não permitiu a presença de observadores internacionais nas eleições, que esperam reunir mais de 46 milhões de iranianos.

Com o Irã totalmente isolado no cenário internacional e a economia em queda livre, os rivais do atual presidente, Mahmoud Ahmadinejad, tinham tudo para disparar na campanha, iniciada em 22 de maio passado, mas, em busca da reeleição, o ultraconservador conseguiu manter o apoio do eleitorado popular que o levou ao poder em 2005.

Seu principal rival na disputa, Mir Hosein Mousavi, conta com o apoio de grande parte da juventude nas cidades, onde a reivindicação por liberdades individuais é mais forte. De volta ao cenário político após 20 anos de ausência, o ex-primeiro-ministro Mussavi acusa o atual presidente de prejudicar a imagem do Irã no exterior.

O atual presidente gosta de aparecer como o líder de um movimento anti-imperialista e é criticado pela postura anti-Israel e de negação do Holocausto. Recentemente, em um debate contra o candidato reformista Mehdi Karubi, ele afirmou que a diplomacia significa "o controle da opinião pública mundial".

No âmbito interno, a economia é a maior fraqueza de Ahmadinejad. Com ele, a inflação no Irã passou de 10% para mais de 25%, e o desemprego está superior a 12%. O fantasma de um gigantesco déficit orçamentário só será afastado se os preços do petróleo voltarem a subir. Ahmadinejad contestou os dados oficiais com números e gráficos qualificados de "mentirosos" pelos demais candidatos.

Para ser reeleito, o presidente aposta no apoio das pessoas que se beneficiam das medidas populares, como empréstimos sem juros, doações em dinheiro e subsídios para os produtos de primeira necessidade. Ao contrário de seus antecessores, que sempre governaram o país a partir da capital, ele percorreu incansavelmente todo o Irã durante quatro anos.
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