Oficialmente, as aulas nas escolas estaduais começaram na sexta-feira. Na prática, porém, é nesta segunda-feira que os cerca de 4,1 milhões de alunos da rede (2 milhões só na capital) vão ter o primeiro contato com o ano letivo de 2013. Daqui a dois dias, quarta-feira, será a vez dos 920 mil alunos da rede municipal dos 2.670 colégios da capital. O sistema particular, com cerca de 2 milhões de alunos, voltou às aulas na semana passada.

Junto com os estudantes, os congestionamentos também devem voltar com mais frequência a partir desta segunda. A expectativa é de um aumento de cerca de um milhão de veículos nas ruas diariamente.

Por isso, a CET (Companhia de Engenharia de Tráfego) organizou a operação Volta às Aulas. Segundo a companhia, filas duplas e estacionamentos irregulares são as infrações mais cometidas por pais e motoristas que levam os filhos às escolas nesse início do ano letivo, quando as crianças ainda estranham o ambiente. As duas contravenções, consideradas graves, resultam em multa de R$ 127, 69 e cinco pontos na CNH.

Violência/ Além do aumento do trânsito, o retorno às aulas potencializa a exposição dos jovens à violência urbana. De acordo com o especialista em segurança Niv Yossef, os pais devem tomar alguns cuidados. “Oriente seus filhos a utilizarem com discrição os celulares, notebooks e demais equipamentos eletrônicos, pois as crianças são vítimas potenciais dos bandidos, principalmente por não oferecerem maior resistência”, alertou.

Começar agora/ Para a pedagoga e consultora Tania Dias Queiroz, uma das formas de evitar chegar no fim do ano com chances de repetir de ano é estudar em casa e a partir de agora. “O aluno precisa exercitar a memória. É fundamental dar continuidade aos estudos além da sala de aula”, disse.

Como os jovens de hoje estão mais agitados devido aos diversos meios de comunicação e formas de entretenimento oferecidos, há mais dificuldade de concentração. Segundo a pedagoga, muitos estudantes temem sofrer bullying ao dizer ao professor que não entenderam a matéria. “O que interessa é passar de ano e não o que os outros dizem. Por isso, se tem uma dúvida, a dica é perguntar. Se não aprendeu, pergunte de novo.”

Maior sonho da classe C é ter o filho em escola particular
Mais do que ter a casa própria ou o primeiro carro, o maior sonho de consumo da chamada nova classe C é ter um filho estudando na escola particular. A afirmação feita pelo presidente do Sindicato dos Estabelecimentos de Ensino Particulares do Estado de São Paulo, Benjamin Ribeiro da Silva, está, segundo ele, alicerçada em uma pesquisa realizada pelo Ibope a pedido da entidade patronal.

De acordo com o presidente, a média de preço de uma escola particular neste ano gira em torno de R$ 300. “Nos últimos dois anos, 500 mil alunos migraram do sistema público para o particular. É o maior crescimento de todos os tempos”, afirmou.

Ainda segundo Silva, 96% dos professores das redes estadual e municipal de ensino têm seus filhos estudando em escolas particulares. “Isso demonstra que quem dá aula na rede pública costuma não acreditar no potencial do próprio lugar onde trabalha”, disse.

Segundo a Secretaria Estadual de Educação, foram investidos neste ano R$ 124 milhões na compra dos materiais distribuídos aos 4,1 milhões de estudantes. Cada aluno receberá cadernos, canetas, lápis, lápis de cor, apontador, borracha e régua.

Lojas vão manter os preços de janeiro
A Kalunga, maior papelaria do país, informou que os preços de janeiro dos materiais escolares serão mantidos para os pais atrasados que ainda não compraram a lista fornecida pelas escolas. A rede aposta em produtos licenciados, como os das linhas UFC e Disney. O Extra e as Lojas Americanas também disseram que vão manter os mesmos preços praticados no mês passado.

4,1 mi
são os estudantes da rede pública paulista

Carrefour aposta na linha Carrossel
O Carrefour também aposta em produtos licenciados e informou que também não vai reajustar os preços dos materias escolares por causa da volta às aulas. A rede francesa conta com uma linha de itens inspirada na novela “Carrossel”, como estojos, mochilas, cadernos e lancheiras, com preços a partir de R$ 19,90.

920
mil são os estudantes da rede municipal de São Paulo