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Quinta-feira, 18 de julho de 2024

Notícias | Educação

‘Há a abertura indiscriminada de escolas médicas no país’

Que tipo de médicos as faculdades do país estão formando? Estarão eles preparados para cuidar da nossa saúde, diminuir sofrimento, pesquisar novos tratamentos, salvar vidas? Em busca dessas respostas, o Globo News Saúde percorreu faculdades, postos de saúde e hospitais pelo Brasil. A conclusão? Um retrato que mistura problemas graves, necessidades de mudança, mas também a beleza de uma das mais nobres vocações.


Hoje, temos 197 escolas de medicina no país, mais que os EUA ou a China. Há 20 anos, eram somente 83. No mundo, só estamos atrás da Índia, que tem 272 faculdades. A cada ano, quase 13 mil alunos se formam, segundo o Ministério da Educação. O Brasil tem mais de 371 mil médicos e o problema, segundo categoria, não é a falta, mas a má distribuição deles.

A concentração está nas capitais e no litoral. Cerca de 70% deles estão na região Sudeste e o Norte tem o menor número de profissionais. O governo afirma que há, sim, falta de profissionais no país. Nas palavras do ministro da Educação, Aloizio Mercadante: “Temos que buscar a garantia à qualidade, mas faltam médicos”.

Os casos pelo país

Mas a realidade é grave. Em Garanhuns (PE), a Faculdade de Medicina, aberta em seis meses, não tem laboratórios, livros na biblioteca e vagas para alunos nos postos de saúde. E o Sindicato dos Médicos de Pernambuco se preocupa com os planos de abertura de mais duas faculdades no interior do estado. “Há uma abertura indiscriminada de escolas médicas pelo país. Um programa de governo que estimula a formação, a massificação de médicos a qualquer custo”, diz Mário Jorge Lôbo, do sindicato.

No Rio de Janeiro, a concorrência foi sentida na pele: 140 médicos da Santa Casa do Rio, hospital conveniado à faculdade de Medicina Universidade Gama Filho, foram demitidos. Quarenta dos que sobraram chegam a dar aula de graça. Agora, uma nova diretoria tenta botar ordem, contratando mestres e voltando a ensinar na Santa Casa.

Já as faculdades particulares em Rondônia são bem equipadas. Elas vêm investindo em equipamentos. E, segundo a diretora da Faculdade São Lucas, a maioria fica no estado.

O governo defende a qualidade dos profissionais. “Nós achamos que é preciso mais médicos no país, mas não é qualquer tipo de médico. Precisamos de um médico que possa garantir à população um atendimento adequado”, diz Adib Jatene, da comissão de especialistas do MEC.

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