O secretário-geral da ONU (Organização das Nações Unidas), Ban Ki-moon, pediu nesta segunda-feira que a comunidade internacional demonstre "liderança e solidariedade" nos esforços contra a pandemia da gripe suína --como é chamada a gripe A (H1N1)-- que foi declarada na última quinta-feira (11).
"A declaração da primeira pandemia mundial em 40 anos lembra nossa vulnerabilidade e a necessidade de uma resposta global."
Mais cedo, o laboratório Novartis afirmou que, contrariando a OMS (Organização Mundial de Saúde), não irá distribuir gratuitamente, para países mais pobres, a vacina que produziu para combater a gripe suína. Daniel Vasella, conselheiro do laboratório, disse em entrevista para o "Financial Times" que o grupo até poderia estudar reduzir o preço da vacina, porém que não está disposto a entregar o remédio sem custo algum.
No mesmo fórum de saúde mundial do qual Ban participou, a diretora-executiva da OMS, Margaret Chan, confirmou que a organização já pediu a quase 30 farmacêuticas de todo o mundo que o assunto seja tratado com "solidariedade global", mas completou dizendo que poderá mobilizar recursos para disponibilizar vacinas a preços acessíveis aos países em desenvolvimento. "Todos estão juntos para sair desta situação."
De acordo com o último balanço da OMS, há, atualmente, 35.928 casos de gripe suína em 76 países. Destes, 163 casos resultaram em morte. No Brasil, há 69 casos confirmados segundo o Ministério da Saúde. Os Estados Unidos continuam concentrando o maior número de casos --17.855, com 45 mortes. No México, considerado epicentro da gripe suína, não houve novos casos nos últimos dois dias, mas houve 108 mortes em 6.241 casos.
Sintomas
A gripe suína é uma doença respiratória causada pelo vírus influenza A, chamado de H1N1. Ele é transmitido de pessoa para pessoa e tem sintomas semelhantes aos da gripe comum, com febre superior a 38ºC, tosse, dor de cabeça intensa, dores musculares e articulações, irritação dos olhos e fluxo nasal.
Para diagnosticar a infecção, uma amostra respiratória precisa ser coletada nos quatro ou cinco primeiros dias da doença, quando a pessoa infectada espalha vírus, e examinadas em laboratório. Os antigripais Tamiflu e Relenza, já utilizados contra a gripe aviária, são eficazes contra o vírus H1N1, segundo testes laboratoriais, e parecem ter dado resultado prático, de acordo com o CDC (Centros de Controle de Doenças dos Estados Unidos).
