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Quinta-feira, 18 de julho de 2024

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Feira de invenções em SP tem picolé medicinal e tijolo de bagaço de cana

Feira de invenções em SP tem picolé medicinal e tijolo de bagaço de cana
Picolé medicinal, copo comestível, mochila que detecta peso acima do recomendado pelos médicos, sensor que garante vaga para deficientes físicos nos estacionamentos, equipamento que identifica motoristas sonolentos. Estas e outras centenas de invenções de alunos do ensino fundamental e médio de todo o Brasil estão na 11ª edição da Feira Brasileira de Ciências e Engenharia (Febrace) que começou na terça-feira (12) e vai até esta quinta (14), no campus da Escola Politécnica da Universidade de São Paulo (USP).


A feira de ciência e engenharia reúne 330 projetos de estudantes de escolas públicas e particulares do país inteiro. Há criações para diferentes fins, desde inovações tecnológicas, até soluções sustentáveis e saudáveis. Os melhores projetos podem ser escolhidos para representar o Brasil na Feira Internacional de Ciências e Engenharia da Intel que ocorre em maio no Arizona, nos Estados Unidos.

Para a coordenadora geral da feira e professora da Poli, Roseli de Deus Lopes, o objetivo do evento não é fazer com que as invenções, apesar de inéditas, sejam patenteadas e disponibilizadas ao mercado. “Esta não é nossa principal preocupação, até porque os projetos estão em fase de protótipos. O mais importante é avaliar o potencial do estudante para se tornar um cientista ou engenheiro.”

Uma dos critérios avaliados na Febrace, segundo Roseli, é a criatividade que os participantes têm para propor soluções para problemas locais. Um exemplo é o trabalho dos alunos Willams Francisco da Rocha e Anna Rebeca Fonseca Seabra, ambos de 17 anos, da Escola Estadual Ministro Jarbas Passarinho de Camaragibi (PE). Eles criaram um tijolo feito de argila vermelha e bagaço de cana de açúcar, matéria-prima abundante na cidade onde vivem.

“Nosso tijolo tem a mesma durabilidade do convencional. A grande diferença é que não utilizamos terra preta, cuja extração polui os rios e aproveitamos o bagaço da cana que é muito descartado em Camaragibi”, diz Willams.

Saúde e tecnologia
Pensando na saúde, um trio de meninas da escola municipal Antônio Ayroso de Jaraguá do Sul (SC) fez um protótipo de picolés a base de plantas medicinais. Gabriele Demarchi, de 13 anos, Francielly Eduarda, 14, e Jennifer Stefani, 14, criaram dez receitas, entre elas a do picolé antigripal com a mistura de suco de agrião, chá de guaco e mel. O picolé analgésico com suco de beterraba, folha de hortelã, melado de cana e uma pitada de sal também está no “cardápio”. “Quem não gosta de picolé? Achamos um jeito divertido e mais saudável de consumir plantas”, diz Jennifer.

Na ala de tecnologia, um dos projetos encontrados pode resolver a vida de deficientes físicos que sofrem com o desrespeito às vagas reservadas nos estacionamentos. Um grupo de alunos da Fundação Nokia de Ensino, em Manaus (AM), desenvolveu um sistema monitoramento que identifica quando um carro não autorizado estaciona em uma vaga para deficiente. O sistema fotografa a placa e envia para as autoridades que podem multar o motorista infrator.

“Tivemos essa ideia pois as pessoas desrespeitam as vagas dos deficientes porque sabem que não há uma fiscalização 24 horas por dia”, afirma Stephanie Lopes de Araújo, de 18 anos.

Aline Fontes, de 17 anos, do Colégio A a Z do Rio de Janeiro criou uma mochila inteligente que emite um sensor que detecta quando o peso está acima pelo recomendado pelos médicos. O objeto ainda possui sensores externos que apontam a presença de gases poluentes. Ainda, do lado de dentro da mochila, há pequenas luzes que acendem e ajudam a localizar objetos. "Mostrei para as crianças do meu prédio e elas adoraram. A gente acaba colocando tudo na mochila e levando muito peso, o que pode causar dor nas costas."
Alunos da Fundação Nokia de Ensino, em Manaus (AM), que criaram o protótipo para garantir vaga aos deficientes nos estacionamentos (Foto: Vanessa Fajardo/ G1)Alunos da Fundação Nokia de Ensino, em Manaus (AM), que criaram o protótipo para garantir vaga aos deficientes nos estacionamentos (Foto: Vanessa Fajardo/ G1)

Serviço:
Feira Brasileira de Ciências e Engenharia (Febrace)
Data: até quinta-feira (14), das 14h às 19h
Local: Poli – USP (Avenida Professor Luciano Gualberto, número 3, travessa 3, Cidade Universitária)
Entrada gratuita
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