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Quinta-feira, 25 de julho de 2024

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Perícia confirma que espuma da Kiss liberou cianeto durante incêndio

O último laudo do Instituto-Geral de Perícias (IGP) sobre o incêndio na boate Kiss foi entregue à Polícia Civil de Santa Maria nesta terça-feira (19). E segundo os delegados responsáveis pela investigação, a perícia confirmou que o tipo de espuma usada no teto e nas paredes da casa noturna como revestimento acústico liberou gases tóxicos durante a queima, como cianeto e monóxido de carbono.


Esses gases são os mesmos apontados pelos exames de necropsia como os causadores da morte de pelo menos 234 das 241 vítimas da tragédia. Segundo a análise do IGP, todas as pessoas que morreram dentro da boate no dia 27 de janeiro foram vítimas de asfixia, e não de queimaduras ou outros ferimentos. Outras sete pessoas morreram posteriormente, internadas em hospitais.

“Foram feitos testes de queima e de velocidade de queima. E hoje retornou um laudo de oito páginas, onde se constatou que a queima dessa espuma produz monóxido de carbono, dióxido de carbono e gás cianídrico (cianeto)”, afirmou o delegado regional de Santa Maria, Marcelo Arigony.

A perícia na espuma era o documento que faltava para a polícia concluir o inquérito, que já soma mais de 10 mil páginas e deve ser remetido à Justiça até a sexta-feira (22). Anteriormente, os investigadores já haviam recebido os laudos sobre o incêndio, com informações sobre a engenharia e os itens de segurança da boate, entre outros exames.

Agora, os delegados à frente das investigações concentram o trabalho na revisão do relatório final, uma espécie de resumo dos quase dois meses de investigações. O documento, que vai apontar os possíveis responsáveis pela tragédia e os prováveis indiciados, já soma mais de 100 páginas e também deve ser entregue até o final de semana.

Entenda
O incêndio na boate Kiss, em Santa Maria, região central do Rio Grande do Sul, deixou 241 mortos na madrugada de domingo, dia 27 de janeiro. O fogo teve início durante a apresentação da banda Gurizada Fandangueira, que fez uso de artefatos pirotécnicos no palco. De acordo com relatos de sobreviventes e testemunhas, e das informações divulgadas por investigadores:

- O vocalista segurou um artefato pirotécnico aceso.
- Era comum a utilização de fogos pelo grupo.
- A banda comprou um sinalizador proibido.
- O extintor de incêndio não funcionou.
- Havia mais público do que a capacidade.
- A boate tinha apenas um acesso para a rua.
- O alvará fornecido pelos Bombeiros estava vencido.
- Mais de 180 corpos foram retirados dos banheiros.
- 90% das vítimas fatais tiveram asfixia mecânica.
- Equipamentos de gravação estavam no conserto.

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