Moradores do bairro do Prado, na Zona Oeste do Recife, estão preocupados com as queimadas frequentes no terreno coberto por mato do Jockey Clube. As chamas nas plantas podem ser vistas dos quintais das casas vizinhas e os moradores têm medo de que o fogo atinja um depósito de gás próximo, que serve à comunidade, e provoque explosões.

De acordo com o assessor de imprensa do Jockey Clube, Francisco Mendonça, as queimadas não são provocadas por nenhum funcionário do local. “Esse capim que você vê aqui corresponde a 40% da alimentação dos nossos animais. Nós temos uma média de 150 animais, precisamos de muito capim. Se fôssemos tocar fogo nisso tudo, estaríamos passando um atestado de burrice”, declara Francisco Mendonça, defendendo que as queimadas acontecem por causas naturais.

No último incêndio no terreno do Jockey, o fogo chegou até o sapotizeiro no quintal da casa do aposentado Renato Veloso. “No verão, assim que o mato cresce, eles tocam fogo. Eu fecho minha casa e vou pra outro bairro, mas quem não pode fazer isso tranca as portas de casa até o fogo parar”, conta Renato.

O guia de turismo Elpídio Araújo mora na mesma rua de Renato Veloso e já registrou as queimadas diversas vezes com sua câmera fotográfica. Ele s sente incomodado com tanta fumaça e mato queimado. “É insuportável. Sem falar o medo que a gente tem de o fogo alcançar o depósito de gás. Se alcançar, provavelmente alguém vai morrer”, teme Elpídio.

A Empresa de Manutenção e Limpeza Urbana (Emlurb) afirmou que não pode intervir em terrenos privados, mas prometeu enviar técnicos ao entorno do clube para verificar se há lixo acumulado ou outros problemas que possam provocar queimadas espontâneas.