Com medo de que as garotas se prostituíssem ou usassem drogas, uma empregada doméstica de 33 anos mantinha as filhas de 12 e 15 anos acorrentadas quando saía para o trabalho, em Itu, no interior de São Paulo. As meninas foram libertadas no fim da tarde de segunda-feira (15) pela Guarda Civil Municipal, depois de uma denúncia anônima.
Os guardas encontraram as adolescentes imobilizadas pelas correntes, presas aos pés por um cadeado. A casa, uma residência simples, no bairro Cidade Nova, zona sul da cidade, era mantida fechada à chave durante a ausência da mãe.
Aos guardas, a mulher disse que fazia aquilo pelo bem das garotas.
— Aqui, tem muita prostituição e droga e eu prendo minhas filhas para elas não chegarem ao ponto de se prostituir e se drogar.
De acordo com a doméstica, as meninas costumavam fugir de casa e ir para uma avenida do bairro, onde garotas de programa fazem ponto e há consumo e venda de drogas. A doméstica foi abandonada pelo companheiro e cuidava sozinha das filhas.
A garota mais velha afirmou que saía de casa para se encontrar com um namorado.
— Eu tenho namorado, então eu fujo por causa dele.
Ela disse que a irmã mais nova também costuma fugir para ir à avenida. Levada a uma delegacia da Polícia Civil, a mãe foi ouvida e liberada, mas responderá ao inquérito por maus-tratos.
As adolescentes passaram por exames médicos e foram encaminhadas para o Conselho Tutelar. Segundo a Guarda Municipal, não foram constatadas escoriações leves nos tornozelos das meninas pelo uso da corrente. A Justiça decidirá ser as garotas serão encaminhadas para um abrigo ou se voltam a ficar sob os cuidados da mãe.