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Quarta-feira, 24 de julho de 2024

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Jovem é atingida com ácido durante protesto contra excomunhão de padre que defende gays

Cerca de 500 pessoas participaram neste sábado (4) de um ato de protesto contra a excomunhão do padre Roberto Francisco Daniel, o padre Beto, em Bauru, no interior de São Paulo. Durante a passeata, uma manifestante foi atingida por ácido, jogado por uma pessoa não identificada que estava numa sobreloja. A bióloga Viviane Moreira, sofreu queimaduras nos braços e no rosto .


— Se atingisse meus olhos poderia estar cega neste momento. Eu vi quando alguém jogou esse líquido de cima de uma loja, imaginei que fosse água, mas depois apareceram as queimaduras.

Ela foi socorrida pelo Samu (Serviço Móvel de Urgência). A Polícia Militar registrou a ocorrência para apuração do incidente. O padre foi excomungado na última segunda-feira (29) por ter criticado as posições da igreja contra o homossexualismo e bissexualismo.

Os manifestantes, formados em sua maioria por católicos de diversas paróquias da cidade, se reuniram por volta das 10h30 em frente à Catedral Divino Espírito Santo, a principal da Igreja Católica na cidade, onde gritaram palavras de apoio ao padre. Depois, saíram em caminhada pelo Calçadão do comércio local, parando algumas vezes pra rezar Ave Maria e depois, novamente, gritar palavras de ordem pelo megafone, seguidas de um apitaço.

A manifestação foi convocada pelo grupo Eu Apoio Padre Beto, criado depois do ato de excomunhão por fiéis da paróquia São Benedito, uma das quais o padre rezava missas. Cristiane Faustino, uma das líderes do grupo e organizadora da manifestação, disse que o grupo já tem mais de 2.600 seguidores.

— Temos mais de 2.600 seguidores. Nossa intenção não é fazer com que a Igreja reveja suas posições, mesmo porque o padre Beto estará agora mais livre para mostrar seus conhecimentos e ajudar as pessoas. Mas o queremos é que a Igreja se transforme, porque achamos que, se uma pessoa pode transformar a Igreja, estamos aqui, em centenas, pra pedir que ela se transforme, porque não estamos mais na inquisição.

Entre os manifestantes estava a dentista Cristina Guedes, que mora em Ilhéus (BA), ex-moradora de Bauru.

— Vim especialmente a este ato para mostrar que estou indignada com esta situação. O padre Beto que me levou a ser católica, foi ele quem fez meu casamento há cinco anos e batizou minha filha. Ela filha correu oito igrejas para tentar batizar minha neta e os padres diziam não. O padre Beto foi quem conseguiu numa paróquia emprestada, porque ele não tinha paróquia.

Depois de quase 1h30 de protesto, os manifestantes pararam na praça Machado de Melo, onde rezaram Ave Maria e manifestantes fizeram o discurso, encerramento a manifestação. Um novo protesto está marcado para a próxima quinta-feira (9).

Demissão

O padre Beto disse que não vai tomar qualquer procedimento com relação ao caso.

— Dou graças a Deus que hoje em dia não existe mais fogueira, senão eu estaria queimado a essa hora.

Segundo o padre, ele vai sobreviver com as aulas que leciona em três em faculdades, em cursinhos de segundo grau e com suas palestras. Para ele, sua excomunhão e possível demissão têm outra causa.

— É fruto de intrigas 'hierárquicas', de colegas e gente invejosa que existem dentro da igreja.
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