Para aumentar a quantidade de embalagens de agrotóxicos devolvidas pelos agricultores de Cacoal (RO), cerca de 40 comunidades e associações rurais terão a entrega dos recipientes facilitada no município, contribuindo, assim, com o meio ambiente. Iniciado em 2012, o projeto realizado pela prefeitura faz a coleta das embalagens e destina a uma central de recolhimento, que recebe 30 toneladas de embalagens por mês.
Na comunidade Santa Terezinha, localizada na Linha 10 da zona rural de Cacoal, mora o agricultor Gabriel Pereira, de 61 anos. Ele conta que utiliza os agrotóxicos na lavoura de café e na horta utilizada para consumo familiar. Segundo o agricultor, levar as embalagens até a central de recolhimento era complicado por conta da distância, mas com a coleta nas comunidades mais distantes, o descarte foi facilitado.
“Moramos longe e é uma obrigação entregar as embalagens. Tendo essa oportunidade para devolver o recipiente, não custa nada vir até aqui”, revela. Na segunda-feira (27) Pereira entregou 16 embalagens, que foram separadas de acordo com o material e levadas para a Unidade de Reabastecimento de Embalagens Vazias de Agrotóxicos (Arpacre) de Cacoal, mantida pelo Instituto Nacional de Processamento de Embalagens Vazias (InpEV).
Para Pereira, o descarte das embalagens é uma das etapas da produção e faz parte da rotina do agricultor. “O meio ambiente agradece. É a última etapa do plantio e é o mínimo que podemos fazer”, afirma o agricultor.
Cleodon Segura, de 60 anos, conta que o trajeto percorrido para a entrega dos materiais de forma consciente é maior do que 20 quilômetros, o que desanima os produtores da Linha 10. “A gente tenta usar pouco produto, pois é agressivo, mas mesmo assim tem que andar isso tudo para fazer o descarte”, reclama.
De acordo com Sebastião Marcelo de Oliveira, extensionista da Comissão Executiva da Lavoura Cacaueira (Ceplac) e presidente do Conselho Municipal de Agricultura, que fazem parte do projeto em parceria com a Secretaria de Meio Ambiente de Cacoal, a iniciativa pretende facilitar aos agricultores o descarte das embalagens utilizadas na agricultura da região.
“As comunidades ficam distantes, o que dificulta ao agricultor se desfazer delas de forma correta”, conta Oliveira, que alerta também para multas em casos da não devolução da embalagem.
Segundo o Conselho Municipal de Agricultura, para 2014 cada comunidade terá três integrantes treinados e aptos para fazer o recolhimento das embalagens. “Eles mesmo poderão fazer esse processo de recolhimento e separação. Facilitará esse descarte nas associações”, finaliza o extensionista.
