O secretário-chefe do gabinete do governador Marcelo Miranda (PMDB), Luiz Antônio da Rocha, negou as irregularidades apontadas por Valdeilton Nascimento, mas afirmou que determinará a abertura de sindicância para apurar as denúncias do ex-servidor.

Rocha negou uso de verba para pagar reparos na chácara do governador às vésperas do aniversário de sua filha, em 2008. "As despesas de sua propriedade particular são bancadas pelo governador", afirmou.

Ele disse que aguardará o envio da documentação em poder da PF para determinar a abertura do procedimento investigatório. "Estamos prontos para apurar as irregularidades. Caso as denúncias sejam procedentes, vão ser apuradas e os responsáveis serão punidos."
Rocha negou que tenha sido avisado pelo ex-servidor sobre o suposto esquema.

O secretário-chefe do gabinete disse que o governo é alvo de "denuncismo" articulado por "pessoas inescrupulosas que se escondem atrás desses cidadãos porque não têm coragem de mostrar a cara" e que o objetivo é denegrir a imagem do governador, às vésperas do julgamento do pedido de cassação de seu mandato no TSE (Tribunal Superior Eleitoral).

Questionado sobre o ex-servidor ter dito que foi orientado a montar processos para pagamento de fornecedores de forma "fragmentada", com valores inferiores a R$ 8.000 para evitar licitações, Rocha disse que "isso não existe". Segundo ele, o governo faz cotação de preço.

O secretário afirmou ainda que vai pedir à Junta Comercial do Tocantins documentos para verificar se o diretor administrativo do gabinete, Antônio da Silva Almeida, é procurador dos proprietários da Automecânica JR Ltda, uma das fornecedoras do governo.

Mesmo sem falar em valores, Rocha confirmou que as três empresas no ramo de flores, presentes e roupas que receberam mais de R$ 468 mil num período de sete meses em 2008 são fornecedoras do governo.