O Ministério de Relações Exteriores do Irã confirmou nesta terça-feira a expulsão do primeiro e do segundo secretários da delegação diplomática do Reino Unido, ambos acusados de interferir nos assuntos internos iranianos após as eleições do último dia 12, denunciadas como fraudulentas pela oposição. O Irã deve chamar ainda seu embaixador em Londres para consulta, informa a agência oficial Irna.

Em represália, o primeiro-ministro do Reino Unido, Gordon Brown, anunciou nesta terça-feira a expulsão de Londres de dois diplomatas iranianos. Ele criticou como injusta a decisão iraniana de expulsar os diplomatas do país.

As relações entre os dois países se deterioraram na última semana após o Irã ter acusado o Reino Unido de estar por trás dos protestos e distúrbios que ocupam as ruas da capital Teerã após o pleito, nos quais o presidente iraniano, Mahmoud Ahmadinejad, foi reeleito em meio aos protestos da oposição de fraude.

No último dia 13, após a divulgação da surpreendente vitória de Ahmadinejad, centenas de milhares de pessoas saíram às ruas para protestar pelo que consideram como uma grande fraude. Os protestos se tornaram então diários e chegaram a atrair um milhão de pessoas na semana passada.

As manifestações foram reprimidas com violência pelas forças de segurança iranianas, apoiadas por grupos de milicianos islâmicos Basij. Segundo dados oficiais, ao menos 20 pessoas morreram.

Na semana passada, o Irã chamou seu embaixador em Londres para consultas em protesto pelo que considera como "uma ingerência" do Reino Unido em seus assuntos internos. No domingo, o Irã expulsou o correspondente da rede pública britânica BBC em Teerã, Jon Leyne, acusado de instigar os distúrbios com suas informações.