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Quinta-feira, 02 de maio de 2024

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Ex-membros da Mesa Diretora dizem que Agaciel pedia assinatura de senadores

Ex-integrantes da Mesa Diretora do Senado disseram nesta terça-feira à Folha Online que era uma prática comum do ex-diretor-geral do Senado Agaciel Maia recolher assinaturas individuais dos senadores que compõem o órgão para transformar decisões administrativas em conjunta. A suspeita de senadores é que os documentos tenham sido transformados em atos secretos.


Reportagem publicada no jornal "O Estado de S. Paulo" informa que pelo menos 37 senadores e 25 ex-senadores figuram como beneficiários ou signatários de atos secretos do Senado assinados desde 1995. A reportagem informa ainda que frequentam a relação políticos filiados a nove legendas: PT, DEM, PMDB, PSDB, PDT, PSB, PRB, PTB e PR.

O ex-vice-presidente do Senado, senador Tião Viana (PT-AC), que chegou a presidir o Senado por mais de três meses em 2007, afirmou que foi procurado por Agaciel para assinar documentos que seriam "urgentes" e que não poderiam esperar a próxima reunião da Mesa Diretora. Viana, no entanto, disse que nunca assinou porque não confiava em Agaciel.

"A nossa relação era delicada porque ele sabia que eu não confiava nele. Sempre que ele me pediu para assinar documentos urgentes, eu pedia mais tempo para que o material fosse examinado pela minha equipe", disse o petista.

Tião nega que tenha conhecimento de ato secreto. "Não posso ser responsabilizado se o documento não foi publicado. As decisões são votadas pela Mesa e referendadas pelo plenário. Se depois elas não foram divulgadas, eu não posso ser responsabilizado", afirmou.

Um ex-presidente que pediu para não ser identificado confirmou que assinou documentos sem ler em confiança a Agaciel. "Ele era um homem que estava no cargo há 14 anos. Sabia, entendia de todas as medidas administrativas e ocupava um cargo de confiança. Não esperava que pudesse fazer uma isso, que pudesse esconder decisões", disse.

Reportagem da Folha indica que a existência de pelos menos 623 atos secretos na Casa, entre 1995 e 2009, que foram utilizados para nomear, exonerar, aumentar salário de afilhados políticos e parentes de senadores.

O relatório da comissão de sindicância ligada à primeira secretaria do Senado deve ser divulgado nesta terça-feira. O material será repassado aos integrantes da Mesa Diretora. A reunião está prevista para o final da tarde e deve decidir ainda o futuro do diretor-geral Alexandre Gazineo. Senadores pressionam para que o presidente da Casa, José Sarney (PMDB-AP), demita Gazineo como resposta à crise que atinge a imagem da instituição.
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