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Quarta-feira, 24 de julho de 2024

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Imagens da Kiss antes do incêndio serão remetidas à Justiça, diz polícia

O delegado Sandro Meinerz, um dos responsáveis pela investigação do incêndio na boate Kiss em Santa Maria, vai encaminhar à Justiça as fotos do interior da casa noturna e as simulações que foram feitas de como era o ambiente antes da tragédia, que ocorreu no final de janeiro e deixou 242 mortos. As imagens foram feitas por um scaner, manuseado por duas pessoas da Polícia Civil do Distrito Federal.


De acordo com a Polícia Civil, o material confirma algumas conclusões do inquérito e mostra as dificuldades que as vítimas tiveram para sair da casa noturna quando o fogo começou. Segundo o delegado Sandro Meinerz, o material será anexado ao processo.

"Com as imagens, podemos ter uma ideia de como era a estrutura interna da boate antes do incêndio e ter ideia de quais os obstáculos dificultaram a saída. As imagens provam que estávamos certos no inquérito policial. Se tem uma ideia de como eram pequenos os espaços para deixar a boate", disse o delegado ao G1.

Ainda segundo o policial, as imagens poderão ser usadas no julgamento do caso para tirar qualquer dúvida sobre a área interna da boate.

"Se por ventura algum dia o prédio for demolido e o processo tardar a ser julgado, as imagens poderão ser usadas no júri. Isto ficará para a posteridade", garante o delegado Meinerz.

Segundo a Polícia Civil, ainda não há uma data certa para que o material seja encaminhado ao Poder Judiciário.


Entenda
O incêndio na boate Kiss, em Santa Maria, região central do Rio Grande do Sul, na madrugada de domingo, dia 27 de janeiro, resultou em 242 mortes. O fogo teve início durante a apresentação da banda Gurizada Fandangueira, que fez uso de artefatos pirotécnicos no palco.

O inquérito policial indiciou 16 pessoas criminalmente e responsabilizou outras 12. Já o MP denunciou oito pessoas, sendo quatro por homicídio, duas por fraude processual e duas por falso testemunho. A Justiça aceitou a denúncia. Com isso, os envolvidos no caso viram réus e serão julgados. Dois proprietários da casa noturna e dois integrantes da banda foram presos nos dias seguintes à tragédia, mas a Justiça concedeu liberdade provisória aos quatro em 29 de maio.

As primeiras audiências do processo criminal foram marcadas para o fim de junho. Paralelamente, outras investigações apuram o caso. Na Câmara dos Vereadores da Santa Maria, uma CPI analisa o papel da prefeitura e tem prazo para ser concluída até 1º de julho. O Ministério Público ainda realiza um inquérito civil para verificar se houve improbidade administrativa na concessão de alvará e na fiscalização da boate Kiss.

Veja as conclusões da investigação
- O vocalista segurou um artefato pirotécnico aceso no palco
- As faíscas atingiram a espuma do teto e deram início ao fogo
- O extintor de incêndio do lado do palco não funcionou
- A Kiss apresentava uma série das irregularidades quanto aos alvarás
- Havia superlotação no dia da tragédia, com no mínimo 864 pessoas
- A espuma utilizada para isolamento acústico era inadequada e irregular
- As grades de contenção (guarda-corpos) obstruíram a saída de vítimas
- A casa noturna tinha apenas uma porta de entrada e saída
- Não havia rotas adequadas e sinalizadas de saída em casos de emergência
- As portas tinham menos unidades de passagem do que o necessário
- Não havia exaustão de ar adequada, pois as janelas estavam obstruídas
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