A companhia aérea Azul e o BNDES negaram tratativas para compra da portuguesa TAP e da norte-americana JetBlue, após a Folha de S. Paulo ter noticiado nesta sexta-feira a criação de um fundo de investimento para essa finalidade.
Conforme reportagem do jornal, que não citou fontes, o fundo estaria sendo criado pelo presidente-executivo da Azul, David Neeleman, para integrar as três empresas e formar uma companhia com rotas no Brasil e para Europa, África e Estados Unidos.
Segundo a Folha, o governo brasileiro entraria no fundo de investimentos para comprar TAP e JetBlue, que como a Azul foi fundada por Neeleman, por razões estratégicas, por meio do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico Social (BNDES). O banco de fomento teria 20 por cento de participação e faria aporte inicial de 600 milhões de dólares.
Procurada pela Reuters, a Azul negou a informação. Em nota, o BNDES afirmou que "não examina neste momento nenhuma proposta relacionada a uma eventual operação envolvendo as companhias aéreas TAP e Azul".
Neeleman já tinha refutado a informação para a própria Folha. "Não é verdade que eu vá comprar a TAP ou a JetBlue", teria dito o executivo ao jornal.
As ações da JetBlue negociadas nos EUA chegaram a disparar 9 por cento nesta manhã. Os papéis reduziram a alta, mas ainda avançavam perto de 5 por cento às 16h (horário de Brasília).
De acordo com a Folha, a TAP deveria "custar 1,5 bilhão de dólares", enquanto a JetBlue é avaliada em 1,7 bilhão e seria alvo de uma oferta hostil de aquisição.
A TAP faz parte do programa de privatizações previstas no pacote de resgate da União Europeia e do Fundo Monetário Internacional (FMI) a Portugal.
Mas o governo português cancelou no fim do ano passado a venda da TAP após a Synergy Aerospace --do empresário German Efromovich, que controla a companhia aérea Avianca-- falhar na entrega das garantias bancárias necessárias.