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Quarta-feira, 24 de julho de 2024

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Fortunati admite que plano de prevenção do mercado está vencido

O Plano de Prevenção e Proteção Contra Incêndio (PPCI) do Mercado Público de Porto Alegre está vencido, conforme admitiu o prefeito José Fortunati em entrevista coletiva na manhã deste domingo (7), dia seguinte ao incêndio que atingiu o prédio histórico. Apesar disso, ele garantiu que os equipamentos utilizados para o combate às chamas estavam todos em dia, como extintores e hidrantes. Os instrumentos, porém, ficam no interior do prédio, e não havia pessoas dentro do estabelecimento quando o fogo começou a se espalhar. Ninguém ficou ferido.


"O PPCI estava vencido, mas estávamos tomando providências, tanto que o laudo já estava aprovado. Todos os hidrantes estavam funcionando, não faltou água, algumas mangueiras inclusive não suportaram a pressão, o volume de água. Todos os extintores, todo o sistema estava pronto, faltava o encaminhamento para o Corpo de Bombeiros, que era uma nova fase", explicou o prefeito.

O Corpo de Bombeiros informou que ainda não havia recebido a documentação do PPCI. Em abril, no entanto, o prédio do Mercado Público foi vistoriado durante a Festa do Peixe. O comandante Fábio Duarte Fernandes afirma que o local tinha todas as condições de segurança. "O que realizamos foi uma vistoria em abril e constatamos que extintores, hidrantes, sinalização e saídas de emergência estavam adequados”, relatou.

A falta de atualização do PPCI, segundo Fortunati, não significa que as medidas de segurança não eram tomadas. "Vamos aproveitar agora para aperfeiçoar o sistema", salientou. O Corpo de Bombeiros, em análise preliminar, entende que o fogo atingiu entre 20% e 30% do prédio. O primeiro andar do mercado não foi danificado, somente a área superior.

Ainda não foi confirmado o tempo necessário para a restauração do prédio histórico. "Não tem prazo mínimo nem máximo, dependemos de laudos técnicos. É preciso saber, por exemplo, se as paredes vão suportar uma reforma. Só depois vamos saber quanto tempo levarão as obras", destacou Fortunati, que vai pedir ao governo federal, em viagem na segunda-feira (8) a Brasília, recursos para a recuperação do estabelecimento.

Sobre a atuação dos bombeiros no combate às chamas, o comandante elogiou o trabalho. "Os bombeiros chegaram em quatro minutos. Nosso ponto de vista é de que o trabalho foi feito de forma bastante ágil, com 70 agentes, mais de 15 viaturas. A ação foi correta, isso impediu que o fogo se propagasse em dimensão maior", avaliou.

De acordo com o secretário de Segurança Pública do Rio Grande do Sul, Airton Michels, a primeira preocupação não é verificar as causas do incêndio, e sim dar segurança para que os permissionários que têm lojas no mercado possam entrar no prédio, no quadrante inferior, para avaliar os prejuízos. Em reunião com comerciantes, autoridades debateram pela manhã como será encaminhada a questão das perdas.

Em conversa com a Companhia Estadual de Energia Elétrica (CEEE), ficou definido que equipes tentarão restabelecer a energia no local ainda neste domingo (7).

O incêndio

O fogo começou por volta das 20h30 e os bombeiros conseguiram controlar o incêndio às 22h30. Depois, trabalharam no rescaldo. Não houve registro de feridos. Quem estava no prédio conseguiu sair. A prefeitura afirma que todos os equipamentos de proteção contra incêndio do prédio estavam em dia, sendo 57 extintores que foram revisados há 15 dias e 10 mangueiras substituídas por novas. No entanto, como os profissionais que estavam no Mercado precisaram sair rapidamente, não puderam usar os extintores e mangueiras.

Segundo moradores da cidade, hidrantes falharam e faltou água para apagar o fogo. A população que se aglomerava em volta do prédio gritou revoltada "água, água" e vaiou os bombeiros. O prefeito garante que não houve falhas. "O que eu posso dizer é do enorme esforço dos profissionais", disse.

Aves foram salvas

Dezenas de aves foram retidadas com vida do incêndio que atingiu o Mercado Público. Os primeiros integrantes do Corpo de Bombeiros a chegarem ao local foram os responsáveis pela retirada.

De acordo com o chefe do Corpo de Bombeiros de Porto Alegre, Adriano Krukoski, a retirada das aves foi uma das prioridades do grupo no início do trabalho. "Nós tivemos de esperar a abertura das portas, o que demora um pouco a acontecer. Depois, fomos logo retirar os animais quando soubemos que eles estavam correndo risco."

O Mercado Público faz parte do patrimônio histórico e cultural da capital gaúcha desde 1979 e foi inaugurado em outubro de 1869, segundo informações da prefeitura do município. O segundo pavimento foi construído apenas em 1912. Pelo menos 111 estabelecimentos ficam no local. Este é o quarto incêndio que atinge o prédio. Os outros ocorreram em 1912, 1976 e 1979.
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