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Quarta-feira, 24 de julho de 2024

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'Meu filho foi uma vítima', diz mãe de jovem morto após queda em protesto

Marisa Soares de Almeida, mãe do jovem morto depois de cair do Viaduto José Alencar, durante manifestações em junho, considera o filho mais uma vítima da violência dos protestos em Belo Horizonte. Luiz Felipe Aniceto de Almeida, 22 anos, estava internado desde o dia 22 de junho em estado grave e morreu na noite desta quinta-feira (11). “Foi muito válida a manifestação. Se tivesse sido pacífica, teria sido tão bom. Uma coisa nova no Brasil. Mas teve vandalismo, violência. Meu filho foi uma vítima”. Ele caiu do elevado no cruzamento das avenidas Abrahão Caram e Antônio Carlos, de uma altura de aproximadamente cinco metros.


Na semana passada, o jovem esboçou as primeiras reações de consciência desde a internação, contou a mãe. Ele abriu os olhos e piscou. “Eu disse: ‘Luiz Felipe é sua mãe. Se você estiver me ouvindo, pisca o olho’. Aí ele piscou”, explicou Marisa.

Luiz Felipe recebeu os primeiros atendimentos ainda na Avenida Antônio Carlos pelo Corpo de Bombeiros. O Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) chegou em seguida e o encaminhou ao Hospital Risoleta Tolentino Neves. Ainda em estado grave, ele foi transferido para o Hospital Pronto-Socorro João XXIII. No mesmo dia, outras 12 pessoas ficaram feridas no protesto, incluindo duas outras vítimas de quedas do viaduto.

O ato do dia 22 de junho reuniu mais de 70 mil pessoas e terminou com confronto entre policiais e manifestantes na região do Mineirão. Japão e México jogavam no estádio pela Copa das Confederações.

Segundo Luciano de Almeida, irmão de Luiz Felipe, no dia seguinte ao acidente, a família tentou registrar um boletim de ocorrência. Mas a Polícia Militar teria informado que o mesmo só poderia ser redigido se houvesse uma testemunha ou se o jovem relatasse ter sido empurrado. Para Luciano, uma das hipóteses da queda é de que o manifestante pulou “no susto”. “Ele pode ter tentado pular de um lado para o outro por causa do tumulto no viaduto”.

Quem passa pelo Viaduto José Alencar tem a ilusão de proximidade entre a Avenida Abraão Caram e as alças de acesso entre a via e a Avenida Antônio Carlos. No entanto, há um vão, por onde Luiz Felipe e outros caíram.

A previsão é de o corpo ser liberado do Instituto Médico Legal no início da tarde desta sexta-feira (12).

Primeira morte
Luiz Felipe Aniceto Almeida é a segunda pessoa que morre após cair do viaduto José Alencar. Na manifestação do dia 26 de junho, o jovem Douglas Henrique de Oliveira sofreu acidente no local e morreu horas depois também no hospital João XXIII.

No dia, mais de 50 mil pessoas fizeram uma manifestação pacífica na capital mineira. Mas o protesto terminou com depredação, saques e mesmo incêndio de lojas.
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