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Quinta-feira, 08 de agosto de 2024

Notícias | Agronegócios

tratamento digno

Usinas assumem compromisso para melhorias no setor sucroalcooleiro

Dez usinas de Mato Grosso assinaram hoje, em Brasília, um termo de compromisso nacional para aperfeiçoar as condições de trabalho no setor sucroalcooleiro, em solenidade ocorrida no Palácio Buriti, que contou com a presença do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.


São dez usinas localizadas em nove municípios, segundo informaram os assessores da Presidência da República, que vão implementar uma séria de medidas com objetivo de garantir mais dignidade aos trabalhadores rurais do segmento,

As dez usinas signatárias do compromisso são Cooprodia (Campo Novo dos Parecis), Barralcool (Barra do Bugres), Pantanal e Jaciara (ambas do municíopio de Jaciara), Itamaraty (Nova Olímpia), NovoMilênio (duas plantas, sendo uma localizada em Mirassol do Oeste e em Lambari do Oeste), Libra (São José do Rio Claro), Usemat (Campos de Julio) e Araguaia (Confresa).Mais uma vez, Lula defendeu a extinção das barreiras ao comércio de produtos derivados da cana no exterior, como álcool e açúcar.
"[Os europeus falam:] 'Ah, mas lá [no Brasil] a cana tem trabalho escravo. Se essa moda pega, você vai chegar na Europa para vender e eles vão falar 'não"... Queremos que prevaleça a lei do livre-comércio."

Segundo o presidente, antes os usineiros "eram tratados como os evangélicos: todo mundo quer o voto, mas depois tem vergonha de dizer que recebeu apoio. O setor era tratado como a coisa nefasta do setor empresarial brasileiro", disse Lula.

"Já fui criticado por apoiar os usineiros. (...) A verdade é que o tempo se encarrega de fazer a mudança para todos os lados. E eu virei garoto-propaganda do álcool no mundo, coisa que jamais imaginei", afirmou.

O presidente recebeu, de trabalhadores do setor, um facão usado no corte da cana, além de uma cesta com açúcar mascavo e rapadura entre outros doces. "Vocês viram como o pessoal da segurança do meu cerimonial é cuidadoso?", brincou o presidente em referência à intensa revista na entrada da cerimônia. "Mas esse facão, mostrado assim, [não é uma arma] é o símbolo da paz e vai ser guardado com muito carinho."

No final da cerimônia, Lula prometeu conseguir patrocínio para um trabalhador que também é lutador de boxe. "Já fui treinador de boxe. Parei de lutar porque eu era excessivamente violento", brincou.

Negociação

Durante 11 meses, trabalhadores, governo e cerca de cem empresários discutiram melhorias nas condições de trabalho nas lavouras de cana-de-açúcar.

No termo ficaram estabelecidas 18 medidas, entre as quais, a contratação de trabalhadores com carteira assinada. O Sine (Sistema Nacional do Emprego, órgão do Ministério do Trabalho) vai atuar na admissão dos migrantes e pretende garantir o retorno dos contratados às cidades de origem após a colheita.

Apesar de marmita térmica ser disponibilizada para os trabalhadores, não será dada comida. Na questão da segurança, os usineiros se comprometeram a fornecer gratuitamente transporte e equipamentos de segurança individuais (luvas, bonés com abas largas e proteção para o pescoço, protetor de braços, caneleiras, botinas, facão, entre outros).


Atualizada às 17H17min
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