Olhar Direto

Quarta-feira, 01 de maio de 2024

Notícias | Cidades

GASTO NO ESCURO

Mauri admite que Secretaria não tem controle sobre custo das Organizações Sociais de Saúde

23 Jul 2013 - 15:31

Jardel Arruda - Da reportagem Local / Da Redação - Ronaldo Pacheco

Foto: Mayke Toscano/Secom-MT

Mauri Rodrigues deixou implícito que a responsabilidade pelo problema é dos antecessores no comando da Saúde

Mauri Rodrigues deixou implícito que a responsabilidade pelo problema é dos antecessores no comando da Saúde

O secretário de Estado de Saúde, Mauri Rodrigues, revelou que não possui dados dos custos dos dois primeiros anos de gestão das Organizações Sociais de Saúde (OSS) nos hospitais públicos. Ainda segundo ele, a Secretaria de Saúde também não possui informações sobre os custos individuais antes da “terceirização” do serviço.


Leia também
Silval consegue que governo Dilma amplie verba de urgência, fortalece Mauri e tenta reduzir ataques
Governo de MT paga 2.000% mais caro para manter Organização Social de Saúde

“Não, não tem. Quer saber, a resposta é não”, disse o secretário, esbaforido, em respostas as repetidas perguntas sobre o controle dos custos da gestão dos Hospitais sob o comando das OSS e também antes delas. “Existem dados quantitativos, mas não tem estratificado sobre o custo, porque o cálculo é diferente e os dados ainda incipientes”, completou.

O secretário informou que a comissão de acompanhamento das OSS, antes composta por sete servidores responsáveis por coletar dados trimestrais das várias unidades de saúdes, foi reforçada com mais 11 funcionários da SES, os quais estão focados na auditagem financeira dos hospitais. Mauri pretende ampliar a comissão para um total de 50 servidores, criando também equipes de auditoria in loco, pois por enquanto só se sabe as informações enviadas pelas OSS.

De acordo com ele, a Secretaria sabe o que foi repassado e quantos procedimentos foram feitos, mas não sabe exatamente o custo de se gerir uma unidade e por isso descorda do relatório do Comitê em Defesa da Saúde Pública. No documento elaborado pela organização, há indícios de que os gastos com as unidades de saúde aumentaram em 2.000% desde a implantação das OSS.

Outro fato que complica a descoberta de quanto um hospital custava antes das OSS para comparar com os dados que devem ser coletados a partir de agora, porque as unidades também recebiam recursos dos consórcios de saúde e das administrações diretas de municípios.

“Os dados são reais. Os repasses foram aqueles e os procedimentos foram aqueles, mas não se pode fazer esses paralelo”, argumentou. De acordo com ele, nos dados de antes das OSS não estão inclusos os gastos com contas de luz, água, telefone, compra de medicamentos e outras contas que antes eram centralizados na Secretaria de Saúde e agora são de responsabilidade individual.

Mauri está reunido desde a manhã com os diretores das OSS dos seis hospitais regionais de Mato Grosso para aparar arestas quanto repasses de informações e também sobre o tipo de serviços a serem prestados por essas unidades de saúde a fim de otimizar atendimento. Ele espera aumentar a produção sem alterar os repasses, apenas redefinindo as atividades de cada hospital.

“Queremos que os hospitais regionais pare de atender casos de atenção básica e repassem isso para os municípios. Em contrapartida aumentaremos as realização de cirurgias eletivas e de alta complexidade. É uma mudança de perfil. Queremos que sejam transferidos para a Capital e menor número possível de pacientes”, disse.

“Estamos reunidos desde cedo com os diretores dos hospitais regionais de Mato Grosso e também do Hospital Metropolitano de Várzea Grande justamente discutindo a necessidade de melhorar os serviços”, argumenta ele.

Indiretamente, Mauri transferiu a responsabilidade para os ex-secretários Pedro Henry Neto e Vander Fernandes, indicados pelo Partido Progressista para o cargo, que não efetuaram o controle dos custos desde a implementação das OSS.

A falta de informações atinge até mesmo a situação da SES com a Justiça. Devido a demora do repasse de informações, não se sabe quantas liminares judiciais são cumpridas por dias. “As vezes chega uma liminar aqui e nós já a cumprimos mas não informamos a Justiça”, reconheceu.

Primeira atualização às 16h32
Entre no nosso canal do WhatsApp e receba notícias em tempo real, clique aqui

Assine nossa conta no YouTube, clique aqui
 

Comentários no Facebook

xLuck.bet - Emoção é o nosso jogo!
Sitevip Internet