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Quinta-feira, 02 de maio de 2024

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Moussavi rejeita comissão de investigação eleitoral no Irã

O candidato reformista à Presidência do Irã, Mir Hussein Moussavi, derrotado nas eleições do último dia 12, rejeitou neste sábado participar da comissão especial proposta pelo Conselho de Guardiães para investigar os resultados do pleito, considerados por ele como fraudulentos.


Em comunicado divulgado em seu site, Moussavi afirma não considerar que a citada comissão "possa emitir um julgamento justo e imparcial" e insiste em que "a solução mais adequada ao problema é a repetição das eleições".

O ex-primeiro-ministro, que enviou uma carta a este respeito ao conselho citado, afirmou que se deve formar uma comissão, mas "independente, aceita por todos os candidatos, que investigue também os protestos e a desordem que sacudiu o país após as eleições.

Os controvertidos resultados revelaram as divergências entre o líder supremo da Revolução Islâmica, Ali Khamenei, e o ex-presidente Rafsanjani, considerado um dos homens mais poderosos do país. A máxima autoridade do Irã respalda a polêmica reeleição do presidente do país, Mahmoud Ahmadinejad. Moussavi vinha insistindo em que o pleito estava arranjado com semanas de antecedência e exigiu a repetição do mesmo.

Hoje, o Conselho de Discernimento pediu ao ex-primeiro-ministro e aos outros dois candidatos derrotados, o reformista Mehdi Karrubi, e ao conservador Mohsen Rezaei, para que aceitem a comissão de investigação eleitoral sugerida pelo poderoso Conselho de Guardiães e participem da mesma. O documento recomenda aos candidatos para que "não percam a oportunidade de apresentar todos os documentos e provas. A investigação deve ser exaustiva e precisa".

O Conselho de Guardiães anunciou na sexta-feira que está disposto a formar uma comissão para apurar novamente 10% das urnas na presença de delegados dos três candidatos derrotados. A decisão foi anunciada poucas horas depois de o porta-voz do citado órgão, Abbas Ali Kadkhodaei, ter assegurado que as últimas eleições foram "as mais limpas" nos 30 anos de Revolução Islâmica e que não haveria necessidade de repeti-las, como pede a oposição. Os candidatos derrotados apresentaram um total de 646 queixas por supostas irregularidades em favor de Ahmadinejad.

Vingança

O primeiro vice-presidente do Irã, Parviz Davudi, afirmou neste sábado que os distúrbios registrados após as eleições do último dia 12 foram planejados pelos países ocidentais em vingança à vitória da Revolução Islâmica, que há 30 anos tirou do poder o último Xá de Pérsia, o pró-ocidental Mohamad Reza Pahlevi.

"As potências que querem se vingar da República Islâmica investiram grandes recursos e até criaram uma rede de TV para comandar os recentes distúrbios no Irã", disse o vice-presidente num congresso sobre drogas.

Segundo Davudi, os países ocidentais não souberam digerir "a lição de democracia" que o povo iraniano deu com sua participação maciça nas urnas. "Os países dominantes querem uma democracia frágil, com pouca participação e cheia de fraudes. Mas a República Islâmica do Irã realizou uma eleição com 85% de participação", ressaltou o vice de Mahmoud Ahmadinejad.
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