O taxista Laurentino Holz, que chegou a ser preso suspeito de matar Virgílio Sperandio, em Santa Maria de Jetibá, foi detido novamente nesta quarta-feira (28). Segundo o superintendente de Polícia do Interior, delegado Danilo Bahiense, isso aconteceu porque ele tinha sido solto de maneira irregular.
“O Laurentino tinha sido preso por dois motivos. Um deles era por ser suspeito de homicídio. O outro era por posse ilegal de arma de fogo. Ele foi inocentado do homicídio, mas deveria ter sido mantido preso por causa da arma”, explicou.
Quanto à fiança que tinha sido arbitrada no valor de R$ 50 mil para Laurentino ser solto logo que foi preso pela primeira vez, o delegado argumentou que foi baseada na suspeita de ele ter cometido os dois crimes. “A fiança era alta porque o delegado não queria que ele fosse solto antes de ser feito o pedido de prisão preventiva”, acrescentou.
Laurentino foi encaminhado à Delegacia de Polícia Civil de Santa Maria de Jetibá e ainda nesta quarta-feira será transferido para o Presídio de Viana.
O caso
Virgílio desapareceu na tarde do dia 17, após sair para trabalhar. O táxi em que Virgílio trabalhava foi encontrado em um posto de combustíveis, na BR 101 Norte, na altura do bairro Planalto Serrano, na Serra.
O carro havia sido lavado, mas segundo o funcionário do posto, a pessoa que deixou o veículo no local, não voltou para buscar o automóvel. Isso chamou a atenção e ele acionou a polícia. A polícia chegou até Mauro Rosa Ferreira, de 40 anos, a partir de uma denúncia anônima. Foi o funcionário do posto onde o carro foi deixado que identificou o rapaz como sendo o homem que deixou o carro no local.
Durante a conversa com o delegado, Mauro indicou o local onde o corpo estava enterrado.
Laurentino chegou a ser detido suspeito de participação no crime, mas foi inocentado pelo delegado depois de uma acariação entre os dois suspeitos
"Passamos a ouvir novamente o Mauro e o Laurentino. Vimos que Mauro estava mentindo porque ele colocou o Laurentino e uma arma na cena do crime. Quando fomos ao DML, verificamos que o projétil não era de uma revólver calibre 22, mas de 38 ou 380. No exame, deu positiva a compatibilidade com a arma que foi apreendida com o Mauro. Somando-se à isso, na quebra de sigilo telefônico da vítima, identificamos várias ligações do Mauro, feitas para a vítima, inclusive no dia anterior ao desaparecimento", explicou o delegado.
Depois do depoimento de uma suposta testemunha, forjada por Mauro, a polícia confirmou a inocência de Laurentino Holz. "O adolescente confirmou todo o depoimento de Mauro, dizendo que, ao ouvir os tiros, ele teria saído e ido até a janela da casa, onde viu a vítima caída e os dois em pé, ao lado do corpo. Na verdade, o adolescente nem estava na casa e só haviam duas pessoas no local: Mauro e a vítima", completou.
Mauro já é condenado por posse de arma, furto e roubo. Ele é foragido da Penitenciária de Aimorés. Agora, o suspeito encontra-se detido no Centro de Detenção Provisória (CDP) de Viana, onde aguarda julgamento.
