Cenas de abandono e descaso são comuns em muitas cidades da região noroeste paulista. O mato alto em terrenos vazios muitas vezes invade até as calçadas, causando transtorno para os moradores. A situação chega a ser um problema de saúde, já que nesses locais costumam aparecer animais peçonhentos, como aranhas, escorpiões, e muitos vão parar dentro das casas.

No Residencial Caetano, região norte de São José do Rio Preto (SP), o cenário de abandono nos terrenos baldios se tornou comum nos últimos meses. “O certo é todo mundo limpar, a maior parte está construindo. Se a pessoa limpar, vai manter a cidade limpa, o bairro limpo, e isso evita bichos”, afirma o autônomo Valter Luís Costa.

No Jardim Congonhas, do outro lado da cidade, a situação também é preocupante. Os moradores reclamam de uma área que há muito tempo está abandonada. A funcionária pública Sueli Maria da Silva diz que constantemente aparecem animais no quintal da casa dela. “Já vi ratos, caramujos pretos e pernilongos, principalmente muitos pernilongos nesta época”, diz a moradora.

Em algumas áreas, o mato é tão alto, que já ultrapassa dois metros de altura. Uma imagem que deixa a cidade com aspecto abandonado, mas isso não é o mais grave. Essa situação coloca em risco a segurança dos moradores, já que o matagal pode servir de abrigo para animais peçonhentos, ponto de esconderijo para criminosos e, nesta época do ano, o tempo seco aumenta o risco de incêndios em áreas como esta.

De acordo com uma lei municipal de 2003, a limpeza dos terrenos é responsabilidade dos donos. Quem descumpre a legislação paga multa de R$ 406,40 reais. De janeiro até agora a prefeitura aplicou cerca de 1.200 autuações. A fiscalização fica por conta da Secretária de Serviços Gerais que tem 12 funcionários para vistoriar toda a cidade.

A fiscal Ana Paula de Carvalho Oliveira reconhece que o número é insuficiente. “É pouco o número de fiscais, porque a cidade é grande e vem crescendo a cada dia. A gente precisa de pelo menos mais cinco fiscais”, afirma.