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Domingo, 05 de maio de 2024

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Governador de Buenos Aires substitui Kirchner em liderança de partido

O governador da Província (Estado) de Buenos Aires, Daniel Scioli, assumiu nesta segunda-feira a liderança do peronismo em substituição ao ex-presidente da Argentina Néstor Kirchner. Ele renunciou à presidência do Partido Justicialista após a grave derrota sofrida nas eleições legislativas deste domingo.


"Quando um resultado não é o que alguém pensou, então essa pessoa deve ter as atitudes que lhe correspondem", disse Kirchner em uma declaração exclusiva à agência oficial Télam.

O ex-presidente explicou que pediu a Scioli para que continue como governador de Buenos Aires e não assuma sua cadeira no Parlamento e que, como primeiro vice-presidente do Partido Justicialista, o suceda na presidência da legenda.

"Quero me dedicar a me movimentar livremente", acrescentou Kirchner, para justificar sua decisão de que "Daniel [Scioli] tome as rédeas".

"Temos que dignificar a política", insistiu o ex-presidente (2003-2007), ao ressaltar que os governistas receberam mais de cinco milhões de votos em todo o país nas eleições do domingo e expressou seu "profundo agradecimento" aos eleitores.

Segundo Kirchner, ao reconhecer sua derrota, o governo mostrou uma "conduta democrática, profunda, clara e respeitável" diante de resultados "muito próximos" em eleições que foram "bastante equilibradas".

A partir de agora, disse o ex-presidente, "é preciso continuar trabalhando com toda nossa força para nos converter em alternativa real e profunda" para as eleições gerais de 2011.

Já o governador Scioli explicou que a decisão de Kirchner é uma prova de "responsabilidade e respeito pela vontade popular".

"Como disse Perón, primeiro a Pátria, depois o Movimento e depois os homens. Vai haver muito tempo pela frente para discutir projetos pessoais", acrescentou.

Scioli se apresentou como candidato "testemunhal" por sua província para apoiar Kirchner e não assumirá sua cadeira parlamentar para se manter em seu atual cargo de governador da província mais povoada e com maior peso político na Argentina.

Derrota


Os governistas perderam neste domingo sua maioria parlamentar e sofreram uma dura derrota nos principais distritos eleitorais da Argentina.

Segundo a Junta Eleitoral, o revés mais duro para os governistas aconteceu na Província de Buenos Aires, a mais importante do país, onde o partido de Kirchner obteve 32,12% dos votos contra 34,57% da União-Pro, do principal candidato da oposição, Francisco De Narváez.

O partido Acordo Cívico e Social, dos social-democratas e liberais, obteve 21,47% e o partido de centro-esquerda Novo Encontro, 5,56%.

O tropeço pode deixar Kirchner, um político que governou a Argentina com um estilo áspero e confrontador entre 2003 e 2007, fora da corrida para as eleições presidenciais de 2011. O ex-mandatário, considerado por muitos quem ostenta o real poder no governo de sua mulher, reconheceu a derrota com um pouco usual tom conciliador e disse que o país tem um novo marco político. ]

Na cidade de Buenos Aires, que tem 99,65% das urnas apuradas, o partido de Kirchner obteve 11,64% dos votos para deputados contra 31,09% da União-Pro. O partido Projeto Sul, de centro-esquerda, conseguiu 24,21% dos votos. Outros 19,05% dos votos ficaram com o Acordo Cívico e Social.

Já na Província de Córdoba, com 99,16% das urnas apuradas, a vitória na disputa pelo Senado é da Frente Cívica, dos social-democratas, com 30,63% dos votos. A União Cívica Radical, dos radicais social-democratas, tem 26,70% dos votos. Já a União por Córdoba, do peronismo dissidente, tem 26,05% e o partido de Kirchner, 8,76%.

Nos votos para deputados da Província, o cenário muda pouco. A União Cívica Radical tem 30,63% dos votos contra 26,70% da Frente Cívica, 26,05% do Justicialista e aliados (peronista dissidente) e apenas 8,76% da Frente para a Vitória.

Já na Província de Santa Fé, com 98,28% dos votos para senadores apurados, o partido peronista dissidente Santa Fé Federal lidera com 42,26%. O Frente progressista, dos socialistas, tem 40,59% e o partido do casal Kirchner tem 7,76%.

Na mesma Província, os votos para deputados indicam vitória da Frente progressista, com 39,85%. O Santa Fé Federal tem 39,84% e a Frente para a Vitória 9,56%.

Na Província de Mendoza, onde 98,23% dos votos para senadores foram apurados, a UCR-Con Fé, dos radicais social-democratas, tem 50,04% dos votos. A Frente para a Vitória tem 25,2% e o Democrata-Pro (direita) tem 14,67%.

Na mesma Província, o Fte Civico-UCR-Con Fe (social-democrata) tem 48,40% dos votos para deputados contra 27,03% da Frente para a Vitória e 14,40% da Democrata-Pro (direita).
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