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Terça-feira, 23 de julho de 2024

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Correios alegam falta de recurso para atender às propostas dos grevistas

A Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos (ECT) informou que está operando com normalidade, apesar da greve decretada na quarta-feira pela categoria em pelo menos cinco Estados - Rondônia, São Paulo, Rio de Janeiro Tocantins e Rio Grande do Sul. De acordo com a empresa, seis dos 35 sindicatos da categoria aderiram ao movimento. Balanço divulgado no início da tarde desta quinta-feira pela ECT, diz que 93,3% do efetivo dos Correios está presente e trabalhando — o que corresponde a 116.165 empregados, número apurado por meio de sistema eletrônico de presença.


Já a Federação Interestadual dos Sindicatos da ECT (Findect), que representa uma parte da categoria, alega que há adesão também em Pernambuco, Rio Grande do Norte e Paraíba, totalizando 11 sindicatos em oito Estados. A entidade contabiliza que a greve atinge 70% da área de distribuição, triagem e transporte.

Segundo os Correios, não há condições de atender às reivindicações da Federação Nacional dos Trabalhadores em Empresa de Correios e Telégrafos e Similares (Fentect), entidade que agrega 29 dos 35 sindicatos que representam trabalhadores da estatal. A empresa argumenta que elas causariam impacto de R$ 31,4 bilhões sobre a folha, equivalente a "mais que o dobro da previsão de receita para 2013". Ainda de acordo com a estatal, 75% das receitas de vendas são destinados ao pagamento de salários, benefícios e encargos.

Em nota, os Correios também informaram que, para manter a continuidade dos serviços de entrega de cartas e encomendas, já adotou medidas como deslocamento de funcionários, pagamento de horas extras, contratação temporária de servidores e mutirões para entregas nos fins de semana.

A categoria liderada pela Fentect reivindica 47,8% sendo 7,13% de inflação, 15% de aumento real e 20% para repor as perdas do período do plano real. Os trabalhadores também pedem, entre outras reivindicações, aumento linear de R$ 200, contratação de 110 mil funcionários em todo o País; manutenção do Correios Saúde (Plano de saúde da categoria), entrega pela manhã, manutenção da ECT como empresa pública e o fim das terceirizações.

Já os sindicatos representados pela Findect querem reajuste de 10% do piso salarial da categoria, 6% de aumento real e 7,13% de reposição da inflação do período. Defendem ainda manutenção do convênio médico, a elevação dos benefícios e a contratação de mais funcionários. A direção dos Correios negocia em separado com as duas entidades.

Propostas concretas
O diretor da Fentect, James Magalhães disse "estranhar" as estimativas apresentadas pelos Correios. Ele criticou também a falta de "propostas concretas" em resposta às 93 cláusulas que integram a pauta de reivindicações.

Os Correios acenaram com reajuste de 5,27% sobre os salários e benefícios, o que, incluindo a progressão anual, ultrapassaria os índices de inflação do período. "Essa proposta feita pela empresa não será aceita", garantiu o diretor.

De acordo com a Fentect, a empresa teve em 2012 lucro superior a R$ 1 bilhão. "Segundo documentos repassados pela própria empresa, há R$ 7 bilhões em caixa. O que não queremos é que a empresa atue como tem atuado, no mercado financeiro, ou que avance na intenção de comprar a estatal de correios portuguesa, em vez de investir em trabalhadores e maquinário aqui no Brasil', disse Magalhães.

Outro ponto que tem gerado preocupação aos trabalhadores é o sucateamento do Correios Saúde, plano que atualmente é administrado pelos Recursos Humanos da empresa. "Desde 2009, eles vêm sucateando o plano. Fecharam vários ambulatórios dentro dos Correios. Agora querem repassá-lo à iniciativa privada, sob o nome de Postal Saúde, prejudicando também esse direito dos trabalhadores", completou.

Com informações da Agência Brasil.
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