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Terça-feira, 23 de julho de 2024

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MP recorre contra semiaberto a Pimenta Neves e pede exame psicológico

O Ministério Público de São Paulo (MP-SP) entrou com um recurso contra a decisão da Justiça que concedeu o direito ao regime semiaberto ao jornalista Antonio Marcos Pimenta Neves, que foi condenado em 2006 pelo homicídio de sua ex-namorada, a também jornalista Sandra Gomide, 33 anos, crime ocorrido 2000, em Taubaté (SP). O promotor Luiz Marcelo Negrini, da Vara de Execuções Penais de Taubaté, pediu que Pimenta Neves passe por um exame psicológico mais profundo, pois o MP considera que ele pode fugir.


Segundo o promotor, o detento passou por um exame criminológico "que é normalmente realizado para todos os presos na mesma situação". "Esse exame é um exame genérico, é realizado em todos os presos para qualquer espécie de crime", disse Negrini.

Porém, para o MP, Pimenta Neves não pode ser considerado um preso comum como os outros. "Nós entendemos que a situação pessoal dele é diferenciada, ele não pode ser equiparado a um preso comum e se afirmar que ele teria o mesmo intelecto, a mesma capacidade de comunicação do que a grande massa da população carcerária. Ele é um preso diferenciado nesse aspecto. Para ele, é muito mais fácil dizer, nesse exame que é realizado normalmente, exatamente aquilo que o psicólogo quer ouvir, ou mostrar, da forma que ele conseguir, que ele está apto à progressão de regime, que ele não vai fugir. A comunicação dele é diferenciada."

Por isso, o promotor entrou com um recurso na semana passada pedindo que Pimenta Neves volte ao regime fechado e passe por um exame mais específico. "Esse exame que foi pedido é bastante interessante (...) porque ele faz com que a pessoa responda sem saber que pode estar dando algum fator negativo na sua resposta. Por mais que ele tente esconder, através das respostas que ele vai fornecer aos psicólogos, inconscientemente ele pode deixar passar alguma coisa negativa."

Segundo Negrini, o MP não acredita que ele voltará a cometer outros crimes, mas que ele tem mais chances de fugir enquanto está no semiaberto. "O nosso temor não é nem o fato de ele voltar a praticar crimes (...), ele não tem perfil de criminoso. A nossa preocupação maior é com relação ao cumprimento da pena. A gente sabe que as condições de vigilância do regime semiaberto são diferenciadas, são mais amenas. Então, o preso que quer fugir tem muito mais condições de fazer isso no regime semiaberto", afirmou.
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