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Sábado, 20 de julho de 2024

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Operação Miquéias

Relatório da PF aponta ex-prefeito de Cuiabá como suspeito de participar de quadrilha que fraudava fundos de pensão

Foto: Reprodução

Relatório da PF aponta ex-prefeito de Cuiabá como suspeito de participar de quadrilha que fraudava fundos de pensão
A Operação Miquéias deflagrada esta semana pela Polícia Federal em 9 estados simultaneamente com intuito de desarticular organização criminosa acusada de lavagem de dinheiro e de má gestão de recursos de fundos de pensão dos municípios, acabou respingando no ex-prefeito de Cuiabá, Francisco Galindo (PTB), que é citado em relatório da PF, inclusive com a descrição de falas obtidas por meio escutas autorizadas em que membros da quadrilha relatam encontro com Galindo.


Em matéria publicada na noite deste sábado pelo Jornal O Globo, a reportagem afirma que na época ele ainda estava no cargo e, segundo a PF, pode ter tentado beneficiar os integrantes da quadrilha comandada pelo doleiro Fayed Traboulsi.

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Nas conversas gravadas, os integrantes da quadrilha discutem, segundo a PF, o processo de suposta cooptação do então prefeito. Luciane Hoepers, apontada na investigação como integrante da quadrila, foi a Cuiabá para o encontro. Ela relata o resultado ao doleiro Fayed:

“Conversei com o prefeito. Ele quer fazer. Só que ele foi viajar para o Chile”, diz Luciane, na gravação.

Ela conta que o então presidente do instituto de previdência municipal passou a cuidar do caso de maneira burocrática e foi preciso recorrer a um secretário municipal, cujo nome não é citado na conversa, para resolver.

O relatório da PF afirma que, três dias após a última conversa entre os integrantes da quadrilha, houve reunião do Conselho Fiscal do Instituto de Previdência Social dos Servidores de Cuiabá (Cuiabá-Prev).

E a ata registra que, o prefeito tinha feito um pedido pessoal para alteração do perfil de investimentos do fundo no valor de R$ 21 milhões. As aplicações deveriam ser destinadas aos fundos Eslovênia, Vitória-régia e Elo.

Segundo a PF, a quadrilha oferecia às prefeituras nomes de fundos de investimento para aplicação dos recursos que tinham títulos inflados e acabavam gerando prejuízo.

Confira abaixo íntegra da matéria publicada por O Globo:

BRASÍLIA - Relatório da Polícia Federal levanta suspeita sobre envolvimento do ex-prefeito de Cuiabá Francisco Galindo (PTB) com a quadrilha que fraudava fundos de previdência municipais. O documento cita gravações com autorização judicial em agosto do ano passado narrando encontros que Galindo teria tido com integrantes da quadrilha. Na época ele ainda estava no cargo e, segundo a PF, pode ter tentado beneficiar os integrantes da quadrilha comandada pelo doleiro Fayed Traboulsi.

A decisão judicial que deflagrou a operação Miqueias esta semana autorizou que o ex-prefeito fosse conduzido coercitivamente para prestar depoimento. Nas conversas gravadas, os integrantes da quadrilha discutem, segundo a PF, o processo de suposta cooptação do então prefeito. Luciane Hoepers, apontada na investigação como integrante da quadrila, foi a Cuiabá para o encontro. Ela relata o resultado ao doleiro Fayed:

— Conversei com o prefeito. Ele quer fazer. Só que ele foi viajar para o Chile — diz Luciane, na gravação.

Ela conta que o então presidente do instituto de previdência municipal passou a cuidar do caso de maneira burocrática e foi preciso recorrer a um secretário municipal, cujo nome não é citado na conversa, para resolver. O relatório da PF afirma que, três dias após a última conversa entre os integrantes da quadrilha, houve reunião do Conselho Fiscal do Instituto de Previdência Social dos Servidores de Cuiabá (Cuiabá-Prev). E a ata registra que, o prefeito tinha feito um pedido pessoal para alteração do perfil de investimentos do fundo no valor de R$ 21 milhões. As aplicações deveriam ser destinadas aos fundos Eslovênia, Vitória-régia e Elo.

O mesmo relatório da PF informa, no entanto, que a mudança no perfil de investimentos foi rejeitada pelo conselho, tendo em vista que os fundos recomendados pelo prefeito eram muito recentes e tinham pouquíssimos cotistas. Segundo a PF, a quadrilha oferecia às prefeituras nomes de fundos de investimento para aplicação dos recursos que tinham títulos inflados e acabavam gerando prejuízo.

Documentos da PF sustentam ainda que a quadrilha acusada de fraudar fundos de previdência de servidores de prefeituras também atua em fundos estaduais. O documento cita conversas telefônicas gravadas pela PF com autorização judicial sobre contatos feitos por lobistas ligados ao grupo para atrair recursos do fundo de previdência dos servidores do Piauí. A PF diz que nesse estado a quadrilha teria contato com a ajuda do ex-procurador-geral da Fazenda Nacional Manoel Felipe Brandão, incluído na lista dos lobistas utilizados pelo grupo comandado pelo doleiro Fayed Traboulsi.

O ex-prefeito Galindo não retornou ligação do jornal. O ex-procurador Manoel Brandão não foi localizado.
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