A Comissão de Relações Exteriores da Câmara dos Deputados, em Brasília, encaminhará ao governo da Rússia um pedido para que a bióloga brasileira Ana Paula Maciel responda ao processo em liberdade. Ela e outros 29 ativistas estão presos e foram acusados formalmente de pirataria depois da tentativa de invasão em uma plataforma de petróleo no Oceano Ártico, a partir de um barco do Greenpeace. A pena para este tipo de crime pode chegar a 15 anos de prisão.

A proposta de uma moção ao governo russo foi do deputado gaúcho Henrique Fontana (PT). O texto será encaminhado a Embaixada da Rússia em Brasília. Ainda nesta quarta-feira (9), representantes da Frente Parlamentar em Defesa dos Direitos Humanos vão coletar assinaturas para reforçar o pedido de libertação da bióloga brasileira.

No início da semana, o governador do Rio Grande do Sul, Tarso Genro, manifestou apoio à libertação da ativista. Em encontro com os diretores do Greenpeace no Brasil, Fernando Rossetti e Sérgio Leitão, o chefe do executivo estadual afirmou que vai pedir à presidente Dilma Rousseff que intervenha diplomaticamente e prometeu acionar a Secretaria de Justiça do estado para acompanhar o caso.

Na segunda-feira (7), o Greenpeace Internacional fez uma coletiva de imprensa em Moscou e afirmou que pretende entrar com uma queixa-crime contra a apreensão do navio Arctic Sunrise pelas autoridades russas. A embarcação foi apreendida em águas internacionais no dia 19 de setembro.

O grupo ambientalista diz que o protesto foi pacífico e não representava nenhuma ameaça, e que as acusações de pirataria contra os manifestantes não têm mérito no direito internacional ou russo. A plataforma Prirazlomnaya, alvo do Greenpeace, tem previsão para entrar em operação no primeiro trimestre de 2014.