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Segunda-feira, 22 de julho de 2024

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Polícia usa cães para procurar corpo de Amarildo na Rocinha

Policiais da Divisão de Homicídios programaram para a manhã desta sexta-feira (11) uma busca pelo corpo do ajudante de pedreiro Amarildo de Souza...

Policiais da Divisão de Homicídios programaram para a manhã desta sexta-feira (11) uma busca pelo corpo do ajudante de pedreiro Amarildo de Souza, que sumiu em 14 de julho. Às 9h30, os policiais estavam a caminho da Rocinha. Os agentes vão vasculhar a localidade conhecida como Labouriaux, no alto da favela. A ação vai contar com o apoio do Corpo de Bombeiros e de cães farejadores.


Com base em depoimentos de testemunhas, a polícia acredita que o pedreiro foi torturado por policiais da UPP (Unidade de Polícia Pacificadora) da Rocinha para denunciar o esconderijo de armas e drogas. A sessão de agressões não teria acontecido na sede da UPP, já que a perícia não encontrou sangue ou outras evidências no local. O crime teria ocorrido em alguma casa no Labouriaux ou em uma mata perto dali.

Dez policiais da UPP foram indiciados e cumprem prisão preventiva pelo crime de tortura seguida de morte e ocultação de cadáver. Entre os suspeitos está o ex-comandante da UPP, major Edson Santos.

Escutas comprovam ligação de PMs

Escutas telefônicas divulgadas pela Polícia Civil comprovam o envolvimento de policiais militares na morte. O Jornal da Record exibiu na segunda-feira (7) um trecho do telefonema entre um morador da comunidade e um PM da UPP, que negociam um suborno. O vizinho de Amarildo foi flagrado cobrando um pagamento por ter prestado depoimento incriminando traficantes pela morte.

Em outra escuta telefônica, o major Edson, que na ocasião comandava a UPP, foi gravado conversando com outro policial militar sobre como Amarildo foi abordado no dia do desaparecimento, em 14 de julho. Segundo a Polícia Civil, os dois sabiam que a conversa estava sendo gravada e, por isso, fizeram um diálogo “teatral”, tentando escapar do flagrante.

A delegada Elen Souto, da Divisão de Homicídios, explicou a motivação dos PMs para torturar Amarildo.

— A casa do Amarildo se localizava em um ponto estratégico do tráfico de drogas. Era ao lado da boca de fumo, ao lado da casa de endolação. Nós acreditamos que o corpo ainda esteja na mata na Rocinha. Mas não descartamos a hipótese de o corpo ter sido retirado e, se tiver informações nesse sentido, vamos fazer diligências para encontrar os restos mortais do Amarildo.

Leilão ajuda família

Um leilão de obras de arte e objetos doados por artistas arrecadou R$ 250 mil em iniciativa que integra a campanha Somos Todos Amarildos. Os recursos serão destinados à compra de uma casa para a família de Amarildo e ao IDDH (Instituto dos Defensores dos Direitos Humanos), que viabilizará projeto para traçar perfil dos desaparecidos na região metropolitana do Rio de Janeiro, preservar a memória dos desaparecidos como forma de luta dos direitos humanos e dar suporte jurídico e psicossocial aos familiares das vítimas.

O evento contou com a presença de Caetano Veloso, Marisa Monte e os artistas plásticos Ernesto Neto, Marcos Chaves e Guga Ferraz. Outros famosos doaram objetos, como o violão de Zezé de Camargo e o quadro Por uma cultura de paz, de Carlos Latuff, resgatado pelo desembargador Siro Darlan.
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