Em greve há 25 dias, os trabalhadores da rede municipal de ensino seguem acampados na Câmara dos Vereadores de Goiânia. A ocupação do plenário da Casa chega ao 12º dia neste domingo (20), mas pode estar perto do fim, assim como a paralisação da categoria.
Na manhã de segunda-feira (21), os professores votarão a contraproposta enviada pela Prefeitura de Goiânia às reivindicações dos grevistas. "Nesta tarde, vamos nos reunir no Plenário para definir a organização da assembleia de amanhã", disse ao G1 o professor Renato Regis, membro do comando de greve.
Na assembleia, marcada para as 8h, os professores votarão o documento assinado no fim da tarde de sexta-feira (18) pelo Paulo Garcia (PT). "Diferente do que a prefeitura vem divulgando, a contraproposta não contempla todas as nossas reivindicações. Mas é uma negociação que vamos levar à votação", explicou.
De acordo com Renato Regis, os pontos mais polêmicos são o piso salarial, que pelo documento assinado pelo prefeito não terá modificações como pediam os grevistas, e a proposta de pagamento progressivo do auxílio locomoção, iniciado em R$ 200 e com perspectiva de chegar até a R$ 320 até 2015.
Ocupação
O trabalho dos vereadores na Câmara estão parados desde o último dia 8, quando os professores, irritados com uma manobra dos parlamentares, invadiram o plenário. Em nota, o presidente da Casa, Clécio Alves (PMDB), disse que a ocupação se tornou insustentável, pois afronta o Poder Legislativo e Judiciário, “já que existe uma ordem judicial para a reintegração de posse e ela foi descumprida”.
Além disso, segundo ele, tudo o que foi pedido aos vereadores foi atendido, que era abrir o canal de negociação com a prefeitura. “Na certeza de que fez de tudo para uma saída pacífica dos invasores a mesa diretora busca a retomada imediata dos trabalhos”, diz o texto.
Greve
Os professores da rede municipal de ensino estão em greve desde o dia 25 de setembro. Além de reivindicar o benefício de transporte para todos os professores e auxiliares educativos, a categoria quer o fim do parcelamento da data-base, que representa a reposição salarial por perdas inflacionárias. Os grevistas querem ainda o enquadramento dos auxiliares educativos como funcionários do magistério e melhores condições de trabalho.
De acordo com a Secretaria Municipal de Educação, a paralisação prejudica mais de 70 mil alunos, pois 59% das escolas e Centros Municipais de Educação Infantil (Cmei) estão sem aulas.
Os professores ocuparam o plenário da Câmara de Vereadores na manhã de terça-feira (8). Eles protestavam contra a rejeição de uma emenda a um projeto que estabelece regras para o Auxílio Locomoção da categoria.
Em 28 de setembro, a desembargadora do Tribunal de Justiça de Goiás (TJ-GO) Beatriz Figueiredo Franco determinou, a suspensão da greve dos servidores municipais da Educação, em Goiânia. Por meio de liminar, ela pediu a retomada das aulas. Outra liminar, emitida na quarta-feira (9) pela juíza Jussara Cristina Oliveira Lousa, da 3ª Vara da Fazenda Pública Municipal e de Registros Públicos, determinou a reintegração de posse da Câmara Municipal.