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Quarta-feira, 17 de julho de 2024

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Escolas públicas querem saber quem prepara melhor para o Ensino Superior

A Associação Nacional de Directores de Agrupamentos e Escolas Públicas (ANDAEP) vai propor ao Ministério da Educação e Ciência que estude a forma como os alunos são preparados para o Ensino Superior nos estabelecimentos públicos e privados.

A Associação Nacional de Directores de Agrupamentos e Escolas Públicas (ANDAEP) vai propor ao Ministério da Educação e Ciência que estude a forma como os alunos são preparados para o Ensino Superior nos estabelecimentos públicos e privados.


"Achamos que com base nesta tabela classificativa não é uma avaliação séria, até achamos que é falsa, que não é sério dizer que a escola que ficou em primeiro lugar é a melhor e que a última é a pior, independentemente de ser pública ou privada", disse à Lusa o vice-presidente da ANDAEP em reacção à divulgação dos resultados das escolas obtidos nos exames nacionais e provas de final de ciclo.

A ANDAEP tenciona agora propor ao Ministério da Educação que elabore um estudo para aferir a preparação dos alunos para o Ensino Superior que é feita na escola pública e na privada, bem como o valor acrescentado que cada escola oferece ao percurso de cada jovem.

"Se tivermos em conta só essa tabela classificativa (vulgo rankings) mais uma vez percebe-se que o privado teve mais sucesso do que o público nos exames, se tivermos em conta somente os exames que foram feitos no ano lectivo passado", afirmou.

Filinto Lima lembra os contextos socioeconómicos em que se inserem as diferentes escolas para questionar: "Obteriam os alunos da escola classificada em primeiro lugar o mesmo resultado se estivessem inseridos num território classificado em último lugar? Conseguiriam os alunos da escola classificada em último lugar ter uma classificação melhor se frequentassem a escola classificada em lugar cimeiro?"

"Estas perguntas urgem ser respondidas", defendeu.

O dirigente escolar considera que uma avaliação dos resultados das escolas deve ter em conta outros critérios, "inúmeros critérios", que interferem na graduação e que "não foram usados".

"Há um critério fundamental -- Os alunos que estão nas escolas privadas, a massa crítica é uma massa homogénea, ou seja, são de um estrato sócio-económico-cultural médio-elevado. O público da escola pública é de uma massa heterogénea, o que acho muito positivo, porque na escola pública preparamos também os alunos para a vida, não só para os exames", declarou.

Para a associação, teria mais interesse uma tabela que mostrasse quais as escolas que preparam melhor os alunos para o Ensino Superior, seguindo a sua evolução no pós-secundário.

"Há, aliás um estudo da Universidade do Porto, no ano passado, que comprova que as escolas públicas preparam melhor os alunos para terem sucesso no Ensino Superior dos que as escolas privadas", frisou, acrescentando.

"Era muito interessante que o próprio ministério se preocupasse em dar à Comunicação Social estes dados e não apenas os resultados das provas que se realizam no final de cada ano lectivo".
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