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Segunda-feira, 22 de julho de 2024

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Só padrasto sabe motivo do crime, diz advogado do pai de Joaquim

O advogado do pai de Joaquim, Alexandre Duarte, disse nesta quarta-feira (13) que apenas a confissão do padrasto do menino, o técnico de informática Guilherme Longo, pode esclarecer a verdadeira motivação do crime. Longo presta o primeiro depoimento após ser preso, na tarde desta quarta-feira, na Delegacia de Investigações Gerais de Ribeirão Preto (SP).


Para Duarte, que será assistente de acusação no caso, a investigação da polícia apontará os culpados da morte do garoto, mas o motivo do crime só será descoberto caso Longo ou a mãe da criança, a psicóloga Natália Ponte, confessem o que aconteceu de fato na madrugada do desaparecimento, em 5 de novembro.

"A motivação do crime só vai ser descoberta se eles confessarem, senão nunca saberemos. Só a Natália e o Guilherme sabem o que aconteceu naquela noite. Se a Natália disse que dormiu a noite inteira, só o Guilherme sabe. Se ele não confessar, ninguém nunca vai saber", disse Duarte.

Natália e Longo estão presos desde domingo (10), após o corpo de Joaquim ser encontrado no Rio Pardo, em Barretos (SP). Nesta terça-feira (12), a polícia apreendeu objetos pessoais do casal e roupas de Joaquim, que estavam na casa onde a família morava, em Ribeirão Preto (SP). A Justiça também concedeu a quebra do sigilo telefônico da mãe, do padrasto e de familiares próximos.

Sem revelar detalhes sobre o que sabe da investigação da polícia, Duarte afirmou que o caso está próximo de ser esclarecido. Segundo o advogado, as diligências estão encontrando provas que, somadas às informações telefônicas do casal e aos laudos periciais e necroscópicos, apontarão a causa da morte de Joaquim. Ainda de acordo com o advogado, a própria acareação, cogitada nos últimos dias, pode ser desnecesária.

"O que a gente espera é que ele [Longo] comece a contar fatos claros e reais, da motivação do crime, da dinâmica do evento. A acareação entre os dois, se tiver que ser feita, vai ser um mero detalhe para completar as investigações. As evidências vão contar mais. Mesmo se não houver confissão, por meio da investigação descobriremos quem é o culpado", disse.

O caso
O corpo da criança, desaparecida desde o dia 5 de novembro, foi encontrado no Rio Pardo no domingo e enterrado na segunda-feira (11) em São Joaquim da Barra (SP), cidade da família da mãe. Longo e Natália foram proibidos judicialmente de acompanhar o sepultamento.

Em depoimento após a prisão, Natália Ponte afirmou à polícia que Longo teria tentado se matar no domingo (3), dois dias antes do desaparecimento do garoto, aplicando em si mesmo a insulina que era utilizada no tratamento do enteado, que sofria de diabetes.

Para o promotor de Justiça Marcus Túlio Nicolino a afirmação demonstra que Joaquim pode ter sido morto por superdosagem do medicamento no sangue. Isso porque Natália conta que o padrasto teria mentido quanto à dose que usou na tentativa de se matar. Primeiro, Longo contou ter aplicado duas unidades da substância em si mesmo. Entretanto, após a mãe entregar à polícia os medicamentos e o aparelho usado na aplicação, que estavam na casa da família, o marido teria contado outra versão, afirmando “ter feito uma autoaplicação de 30 unidades de insulina.”

Natália também afirmou que estava sendo ameaçada de morte por Longo porque queria se separar dele, já que ele havia voltado a usar cocaína. Ela também afirmou que já havia sofrido agressões do marido. O casal, segundo o promotor, brigava com frequência porque Longo tinha ciúmes de Joaquim. Durante uma dessas discussões, ele chegou a dizer que jogaria o filho do casal, um bebê de 4 meses, contra a parede.

Desde o início das investigações, a Polícia Civil obteve imagens registradas por câmeras de segurança instaladas na rua onde fica a casa da família de Joaquim e próximo à casa do pai de Guilherme, Dimas Longo. Segundo o delegado, Dimas saiu de carro da casa dele, na madrugada do desaparecimento de Joaquim, e retornou algum tempo depois. As imagens ainda estão sendo analisadas pela polícia.

O promotor afirmou que, na semana passada, a polícia obteve um vídeo – também gravado na madrugada do sumiço do menino – que mostra um homem carregando um objeto que se parece com uma sacola grande, andando pela rua da casa da família. "Esse homem carrega um pacote, uma espécie de sacola, com as duas mãos. Momentos depois, a mesma pessoa faz o caminho de volta, porém sem o pacote em mãos", explica.

As imagens não foram divulgadas pela polícia, mas já foram incluídas no inquérito. A polícia aguarda ainda o resultado dos laudos toxicológicos feitos no corpo do menino.
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