Uma cobertura de cimento depositada pela Prefeitura de Porto Alegre sobre uma mureta que tapa a ciclovia da Avenida Ipiranga frustrou o churrasco que um grupo pretendia realizar em protesto na noite desta sexta-feira (29). Após a realização da Massa Crítica, passeio coletivo de ciclistas, os integrantes do grupo foram ao local e protestaram com palavras de ordem. Uma bicicleta foi colocada sobre a construção.
Segundo a Associação dos Ciclistas de Porto Alegre, o caixote de cimento atrapalha o trânsito de quem utiliza a ciclovia. Com previsão para ser concluído em 2014, o Plano Diretor Cicloviário Integrado prevê o recebimento de 495 km de vias para este fim.
Um evento criado em uma rede social convidava a população de Porto Alegre para participar de um "churrasco no caixote". Previsto para ocorrer nesta noite, a manifestação levantaria outros pontos considerados essenciais para a comunidade ciclista.
"O enfoque dessa Massa seria o pré-evento do protesto marcado para o dia 5 de dezembro. Somos contra o projeto de lei que tenta tirar a lei em vigor que prevê 20% do dinheiro arrecadado com multas na cidade para a construção de ciclovias e campanhas educativas", apontou Pablo Weiss, presidenda da Associação dos Ciclistas.
De acordo com o diretor-presidente da Empresa Pública de Transporte e Circulação, Vanderlei Capelari, a mureta construída junto à ponte sobre o arroio Dilúvio faz parte do patrimônico cultural e histórico do município e tem, pelo menos, 250 anos.
"Ali tinha um muro que unia as quatro cabaceiras da ponte, nós tivemos que remover o muro. Consultamos a Equipe de Patrimônico Histórico e Cultural para a não recolocação do muro, mas como tem uma pedra histórica, decidimos que seria recolocado", explicou Capelari. Segundo o diretor-presidente, o projeto foi reajustado para minimizar os impactos na ciclovia.
Capelari acredita que o protesto marcado seja importante para esclarecer os fatos. "Foi uma precipitação deles. A ciclovia está em obras. Quando entregarmos a ciclovia as pessoas vão poder avaliar com maior intensidade a segurança e fluidez", justificou Capelari.
