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Sexta-feira, 19 de julho de 2024

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Vice-presidente da Câmara se diz 'decepcionado' com Henrique Alves

O vice-presidente da Câmara, deputado André Vargas (PT-PR) afirmou nesta terça-feira (3), após reunião da Mesa Diretora, que está “decepcionado” com o presidente da Casa, Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN). Para Vargas, Alves não deveria ter levado para a Mesa a proposta de abrir o processo de cassação de Genoino enquanto ele é mantido temporariamente afastado por motivo de saúde.

Enquanto a Mesa discutia a abertura do processo de cassação na tarde desta terça, o PT apresentou carta de renúncia enviada por Genoino. Com a renúncia ao cargo, o processo de cassação fica impossibilitado. A carta foi apresentada na reunião quando já havia votos suficientes para iniciar o processo. Dos sete integrantes da Mesa Diretora da Casa, quatro haviam se manifestado favoráveis à abertura do processo e outros dois, contra.
Pessoalmente, me sinto absolutamente decepcionado com o presidente Henrique Eduardo Alves"
André Vargas (PT-PR),
vice-presidente da Câmara
Questionado se possui mágoa com Henrique Alves pela forma como ele conduziu as decisões sobre Genoino, Vargas respondeu que “este é o fato”.
“Pessoalmente, me sinto absolutamente decepcionado com o presidente Henrique Eduardo Alves”, declarou o petista. Vargas, no entanto, negou a possibilidade de qualquer tipo de reação. “Não haverá retaliação. O PT e muito responsável, governa o país.”
Segundo o presidente da Câmara, a decisão pela renúncia foi apresentada antes de concluída a contagem dos votos. “Antes da Mesa, por nossa decisão, iniciar o processo, antes de se encerrar a contagem dos votos, eis que me chega às mãos um documento renúncia ao mandato do deputado Genoino”, afirmou Alves.

Problemas de saúde
Condenado no julgamento do mensalão, Genoino, que tem problemas cardíacos e fez uma cirurgia no coração em julho, foi preso no último dia 15 e levado para o Complexo Penitenciário da Papuda, em Brasília, para cumprir pena em regime semiaberto. Dias depois ele passou mal na prisão e foi transferido para um hospital, do qual teve alta dia 23 de novembro, e está em prisão domiciliar provisoriamente.

Laudo feito por junta médica da Câmara diz que o petista não tem doença que justifique aposentadoria por invalidez. Eles opinaram por mais 90 dias de licença para que Genoino tenha condições de recuperação total da doença cardíaca. Depois deste período, ele passaria por nova perícia para verificar se está apto a trabalhar.

Para André Vargas, tem se confundido “opinião pública com análise efetiva do caso” da atual situação de Genoino. “Quando você está na Mesa Diretora ou na Comissão de Ética, você tem que, objetivamente, avaliar os fatos. [..]Ninguém simula um aneurisma de aorta, algo grave. Desse aneurisma, só 10% sobrevivem”, afirmou.
O petista também afirmou que Genoino “não merece” ser cassado. “Com 25 anos de vida pública, o Genoino não merece colocar em seu currículo ‘cassado’. Já foi preso, condenado por atos que ele cometeu fora do parlamento, não tem seus direitos políticos, e pede aposentadoria”, declarou.
Carta de renúncia
Na carta de renúncia, Genoino diz que é inocente e que dedicou 45 anos à “defesa intransigente do Brasil, da democracia e do povo brasileiro”.
“Considerando que sou inocente, considerando também que a razão de ser da minha vida é a luta por sonhos e causas ao longo dos últimos 45 anos, reitero que entre a humilhação e a ilegalidade prefiro o risco da luta”, afirmou.
O petista diz no documento que “não praticou nenhum crime” e afirma que sempre lutou por “ideais” e nunca acumulou “patrimônio nem riquezas”. Ele encerra a carta agradecendo a “confiança” depositada nele pelo “povo do Estado de São Paulo”.
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