A ex-presidente do Banco Rural Kátia Rabello e a ex-funcionária de Marcos Valério Simone Vasconcelos, condenadas no processo do mensalão, desembarcaram no Aeroporto Internacional Tancredo Neves, em Confins, por volta das 12h15, vindas de Brasília em um voo doméstico. Elas foram transferidas de Brasília para Minas Gerais.

As duas condenadas se entregaram à Polícia Federal em Belo Horizonte no dia 15 de novembro e foram encaminhadas para o 19º Batalhão da Polícia Militar, dentro do Complexo Penitenciário da Papuda, reservado para militares que aguardam julgamento. Posteriormente, ficaram detidas na Penitenciária Feminina do Distrito Federal, mais conhecida como Colmeia, que fica no Gama, cidade a 40 quilômetros do centro de Brasília.

Ao deixarem o aeroporto de Confins, as condenadas devem ser levadas para o Instituto Médico Legal (IML), para serem submetidas a exame de corpo de delito. De acordo com a Secretaria de Estado de Desenvolvimento Social (Seds), elas vão cumprir pena no Complexo Penitenciário Feminino Estevão Pinto, no bairro Horto, na Região Leste de Belo Horizonte. A transferência para Minas foi um pedido da família para que as duas pudessem cumprir a pena mais perto da família.

"Indo para Belo Horizonte, ela [Simone Vasconcelos] estará em sua casa definitiva, no sentido de que já vai poder arrumar trabalho, dentro do possível e da disponibilidade da penitenciária. Qualquer penitenciária, pode ser a melhor, é nefasta. (...) Mas aqui ela estará perto dos advogados, da família e os familiares vão poder visitá-la no presídio", disse Leonardo Yarochewsky, que defende Simone Vasconcelos.

O presídio em Minas possui celas individuais, duplas e alojamentos conjuntos que comportam, em média, 20 presas, segundo a secretaria. Todas as celas possuem banheiros com chuveiro, pia e vaso sanitário e as camas são de alvenaria. O complexo tem capacidade para 374 presas e, atualmente, 300 vagas estão ocupadas. As presas podem receber visitas aos fins de semana, das 8 às 17h.

Kátia Rabello foi condenada no julgamento do processo do mensalão a 16 anos e 8 meses de prisão em regime fechado. Ela começou a cumprir uma parcela da pena transitada em julgado (14 anos e 5 meses). Os 2 anos e três meses restantes ainda está pendente de recurso. As condenações são por formação de quadrilha (2 anos e 3 meses; pendente de julgamento); lavagem de dinheiro (5 anos e 10 meses); gestão fraudulenta (4 anos); evasão de divisas (4 anos e 7 meses).

Simone Vasconcelos foi condenada a 12 anos e 7 meses, dos quais 10 anos e 10 meses correspondem à parcela transitada em julgado e 1 ano e 9 meses à parcela pendente de recurso. As condenações são por formação de quadrilha (1 ano e 8 meses; pena prescrita), corrupção ativa (4 anos e 2 meses), lavagem de dinheiro (5 anos; dos quais 1 ano pendente de recurso), evasão de divisas (3 anos e 5 meses, dos quais nove meses pendentes de recurso), com regime inicial de cumprimento fechado.