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Segunda-feira, 22 de julho de 2024

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Ativista brasileira do Greenpeace é recebida por familiares no RS

A ativista brasileira Ana Paula Maciel, 31 anos, uma das 30 pessoas do Greenpeace presas na Rússia após um protesto contra a exploração de petróleo no Ártico, voltou para casa. A bióloga desembarcou por volta das 11h10 deste sábado (28) no Aeroporto Internacional Salgado Filho, em Porto Alegre, depois de viajar por mais de 12 horas.


"Se eu aceitei os riscos, é porque acho que vale a pena. Esses dois meses na prisão valeram a pena. Eles [a Rússia] tiveram que admitir que nós não somos piratas", disse em entrevista coletiva após a chegada.

A gaúcha lembrou o quanto foi difícil o período que passou presa. "Tudo o que eu tive de chorar, eu chorei em Frankfurt. Lá eu entendi que era real, porque eu estava em outro país", recordou.

No saguão do terminal aéreo, a família de Ana Paula a aguardava com expectativa. A ativista ficou fora do país por cinco meses – dois meses embarcada no navio Arctic Sunrise e três meses detida em Murmansk e São Petersburgo. "A nossa Porto está mais Alegre com o teu retorno. Te amamos", dizia o cartaz levado por parentes e amigos.

"Eu acho que de agora em diante vai ser só alegria. Que ela continue a ser esta guerreira que ela semper foi. Esta viagem foi meio turbulenta, mas o desfecho foi feliz. Agora, só quero dar um abraço e carinho", afirmou a mãe, Rosângela Maciel.

O pai da bióloga, Jaires Maciel, chegou mais cedo do resto da família e também esperava emocionado pela filha. "O coração está batendo forte. Esta virada de ano vai ser especial por conta da libertação dela", disse ao G1 no saguão do aeroporto.

Segundo Maciel, a próxima viagem da filha deve ser em breve para a Nova Zelândia para participar de uma campanha pela proteção de animais marinhos. Por isso, ele levou de presente um bichinho de pelúcia.

Ana Paula recebeu o visto de saída da Rússia na sexta-feira (27). Na última quarta, ela havia recebido do governo russo o documento que garantia a interrupção das investigações do crime de vandalismo, pelo qual ela e seus companheiros haviam sido acusados.

Na conexão em São Paulo, Ana Paula conversou com jornalistas. "Minha vida mudou. Foi uma tremenda injustiça, uma tentativa frustrada de calar um protesto pacífico e a liberdade de expressão", afirmou, logo após o desembarque.

"Eu espero que o mundo tenha aprendido com isso, porque nem os russos esperavam a reação do mundo para nos libertar, para nos proteger." Ela ainda acrescentou que as muitas horas de voo desde São Petersburgo, com conexão em Frankfurt, não foram nada perto das horas que passou na solitária, durante a prisão. "Foram 12 horas de viagem no avião da minha liberdade".

Anistia
Um decreto aprovado pelo parlamento russo no dia 18 - que concedeu anistia a presos por atos de vandalismo - beneficiou o grupo do Greenpeace, que vem sendo chamado pela organização ambiental como os "30 do Ártico".

Os 28 ativistas e 2 jornalistas freelancers tentavam escalar uma plataforma petroleira da Gazprom no dia 19 de setembro, para protestar contra a exploração do Ártico, quando foram surpreendidos pela polícia russa, que prendeu toda a tripulação do navio Arctic Sunrise.

O grupo permaneceu detido durante dois meses, primeiro sob a acusação de pirataria e, em seguida, sob a acusação de vandalismo. Em novembro, eles receberam o direito de responder ao processo em liberdade mediante pagamento de fiança. Desde então, estavam livres na cidade de São Petersburgo, mas sem poder deixar o país.

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