O Ministério da Saúde informou nesta quinta-feira (30), por meio da assessoria de imprensa, que o ministro Alexandre Padilha determinou o cancelamento de convênio firmado entre a pasta e a ONG Koinonia-Presença Ecumênica e Serviço, da qual Anivaldo Padilha, pai do ministro, é sócio e fundador.

O anúncio também foi feito pelo próprio ministro à imprensa após um evento em São Paulo, a Campus Party, na qual o ministério apresentou novos aplicativos da área da saúde. A Presidência da República oficializou nesta quinta que Padilha deixará o governo na próxima segunda (3). Ele deve concorrer ao cargo de governador de São Paulo nas eleições de outubro próximo.

O jornal "Folha de S.Paulo" informou na edição desta quinta que, prestes a deixar o governo, Padilha assinou convênio para destinar R$ 199,8 mil para a entidade com o objetivo da realização de ações de promoção da saúde, como palestras e capacitação para jovens em temas como prevenção de doenças sexualmente transmissíveis.

O presidente do PPS, Roberto Freire, afirmou ao G1 nesta quinta que o partido pedirá apuração do Ministério Público Federal sobre todos os convênios do governo federal com a entidade. Segundo Freire, independentemente do cancelamento do novo repasse, o ministro cometeu uma "imoralidade".

"Pode ter cancelado esse convênio, mas a imoralidade foi feita. Eles acham que praticam imoralidade, pedem desculpa e está tudo resolvido. Não é assim, o interesse público não é assim, não se trata dessa forma. Ele cometeu imoralidade e recuou com a pressão da sociedade", afirmou. Freire disse ter informações de que a entidade tem convênios com sete ministérios. "Isso não pode ficar assim", completou.

O Ministério da Saúde informou que ainda nesta quinta será divulgada uma nota oficial sobre o episódio.