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Domingo, 21 de julho de 2024

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Avó tenta superar morte da filha com o bebê que nasceu após acidente

Familiares de Antônia Dulcimar Batista, de 27 anos, e do marido, Vladimir Lopes Oliveira, de 29, estão inconformados com a morte do casal, que foi atropelado por um caminhão em Goiânia. O que conforta a família é o fato de o bebê que a jovem esperava ter sobrevivido. Mãe da mulher, Maria de Lourdes Batista dos Anjos conta que a filha estava feliz por estar grávida de uma menina. “Eu tenho quatro netos homens, a minha filha disse: ‘Mãe vou te dar uma neta’. Mas ela me deu uma neta e foi embora”, lamenta.


Muito emocionado, o pai de Vladimir, Wilson Oliveira, lamentou a perda do filho: “Eu não aguento mais. Perder um filho é dor aqui no peito. Dói, dói o tanto que você puder pensar”.

No 8º mês de gestação, Antônia, que já tinha um filho de 5 anos de idade, morreu no momento do acidente e o bebê nasceu com o impacto da colisão. Já o pai da recém-nascida chegou a ser encaminhado ao Hospital de Urgências de Goiânia, mas não resistiu a uma intervenção cirúrgica na manhã de terça-feira (4).
A criança passa bem, mas segue internada em observação no Hospital Materno Infantil (HMI), para onde foi encaminhada após o acidente. Ela não sofreu nenhuma lesão grave – teve apenas duas fraturas ósseas, uma na clavícula e uma na testa, ambas do lado esquerdo.

O bebê nasceu com aproximadamente 2,5 kg e 50 centímetros. A previsão da unidade de saúde é que ela receba alta médica até o final da semana.

A guarda da recém-nascida e do irmão, de 5 anos, ainda não foi definida. Entretanto, eles devem ficar aos cuidados dos avós paternos ou maternos. “Coerente é que as crianças cresçam juntas. A família vai decidir o que for melhor para eles, o melhor para amenizar o trauma”, afirma ao G1 a advogada Luciane de Souza, amiga da família.
Vídeos
Imagens feitas por câmeras de segurança mostram o momento do acidente. Em uma motocicleta, o casal estava parado na frente de uma carreta em um semáforo na Avenida Santa Maria.
No vídeo, é possível perceber quando uma caminhão em alta velocidade atinge a carreta, que por sua vez atropela a motocicleta. Antônia e Vladimir estavam a caminho de uma unidade de saúde para marcar a última consulta do pré-natal.

Menina continua internada no Hospital Materno Infantil, em Goiânia (Foto: Reprodução/TV Anhanguera)
Um cinegrafista amador registrou a vítima com o bebê ao lado. Ele também gravou o momento em que a equipe do Samu chegou ao local. Ao perceber que a mãe tinha chances remotas de sobreviver, os socorristas atenderam primeiro o bebê.

O pai da criança, que conduzia a motocicleta, chegou a ser socorrido consciente e levado ao Hospital de Urgências de Goiânia (Hugo). No entanto, ele morreu durante procedimento cirúrgico na unidade de saúde.

Investigação
O caminhoneiro que causou o acidente, de 36 anos, fugiu, mas voltou ao local da colisão com um advogado. De acordo com a Polícia Militar, o motorista foi orientado a se apresentar na Delegacia Especializada em Investigações de Crimes de Trânsito de Goiânia (Dict), onde prestou depoimento no final da manhã de terça-feira.

Segundo a delegada Silvana Nunes Ferreira, o caminhoneiro alegou que houve falha mecânica nos freios. "Vamos abrir inquérito para averiguar se realmente houve problema mecânico ou se ele foi imprudente. Vamos analisar as circunstâncias e pegar os registros dos radares instalados na via", destaca.

O motorista não ficou detido porque se apresentou espontaneamente à Polícia Civil. O teste de bafômetro apontou que ele não estava embriagado no momento do acidente.
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