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Domingo, 21 de julho de 2024

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Educador diz que foi demitido após criticar prefeito em rede social em MS

Após reclamar da saúde publica municipal na página do prefeito de Campo Grande, Alcides Bernal (PP), no Facebook, um educador de 32 anos foi demitido. Para ele, que atuava no SOS Abrigo, que cuida de crianças e adolescentes afastados por medida protetiva, o desligamento ocorreu por causa da postagem. “Fiquei chateado e surpreso”, disse ao G1 nesta terça-feira (18).


Por meio de nota, a Secretaria Municipal de Políticas e Ações Sociais e Cidadania de Campo Grande (SAS) negou a acusação e informou que a demissão ocorreu porque o funcionário não possuía “perfil para lidar com as crianças”, acrescentando que ele já vinha sendo monitorado pela coordenação da unidade.

O caso ocorreu na semana passada. O educador fez um comentário, no dia 13 de fevereiro, em uma postagem feita no Facebook do prefeito um dia antes, que tratava de sua agenda pública no dia.

"Bom dia sr. prefeito! enquanto o sr. participa de inauguraçoes, a saúde está precária. Estou no ps do tiradentes desde as 06:00 (sic)", reclamou o homem, que trabalhava desde junho de 2013 na função, contratado pela Seleta Caritativa, prestadora de serviço com a SAS.

Ele conta que, naquele dia, estava na Unidade Básica de Saúde (USB) do bairro Tiradentes à espera de um atendimento marcado desde novembro. Ao ser informado, por volta das 8h30 (de MS), que a médica não iria atender e a consulta seria feita apenas na sexta (14), conta que ficou irritado.

“As pessoas, geralmente, reclamam e não fazem nada. Estava indignado porque não consegui falar com ninguém e resolvi postar a reclamação no Facebook”, disse.

Na sexta, o educador relata que conseguiu realizar a consulta no posto de saúde e, no período da tarde, foi chamado para ir até o abrigo em que trabalhava. Por volta das 15h30, quando chegou ao local, foi avisado pela coordenadora que a unidade estava passando por algumas mudanças e que ele seria demitido.


No mesmo dia, relata que teve de se dirigir a SAS para passar por outros procedimentos burocráticos relativos ao desligamento. O homem afirma que, em ambos os locais, não foi informado sobre motivo específico para a medida. No sábado (15), o funcionário fez o exame demissional.

“Não aceitei [demissão] porque nunca faltei, tratava bem as crianças, cuidava de crianças especiais. O departamento administrativo do abrigo já tinha marcado minhas férias para agosto. Fazia meu trabalho certo”, declarou.

Veja o posicionamento da SAS na íntegra:
“A Secretaria Municipal de Políticas e Ações Sociais e Cidadania de Campo Grande – SAS vem por meio desta esclarecer que:

O contrato do servidor, por ser da modalidade celetista, dá direito ao contratante de dispensar o funcionário que não se adequar às normas da empresa, ou que não tenha o perfil almejado pela mesma.

Sendo assim, a SAS esclarece também que o servidor em questão já vinha sendo acompanhado previamente pela coordenadora da unidade, bem como outros servidores que também foram desligados juntamente por não possuírem perfil para lidar com as crianças do Abrigo.

Em tempo, Secretaria de Políticas e Ações Sociais e Cidadania de Campo Grande informa que a unidade de acolhimento está passando por um re-ordenamento para prestar o atendimento da melhor maneira às crianças e adolescentes atendidos pelo Abrigo.

O SOS Abrigo é um serviço que oferece acolhimento provisório para crianças e adolescentes afastados do convívio familiar por meio de medida protetiva.

Em Campo Grande temos 2 unidades de SOS Abrigo, sendo uma atendendo adolescentes do sexo masculino, e outra atendendo crianças de ambos os sexos e adolescentes do sexo feminino. Quem determina a inserção dos adolescentes nessas unidades é o Poder Judiciário que também acompanha todo o trabalho.”
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