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Domingo, 21 de julho de 2024

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Expresso 2222 deve ser reformulado em 2015, diz Flora Gil

Este é o último ano do camarote Expresso 2222 da forma como o folião o conhece. Além de estar pensando em mudar o local onde o espaço é montado, a partir de 2015, a empresária Flora Gil vai reformular totalmente o seu conceito – em vez de dar acesso aos convidados mediante camisetas, o Expresso irá reviver a era dos grandes bailes de Carnaval dos clubes, com bilheteria aberta ao público.


O motivo da mudança, além de ser econômico – “eu não quero contar apenas com o planejamento do departamento de marketing de uma grande empresa, quero ter uma receita”, como declarou Flora, em entrevista exclusiva ao portal Terra –, também questiona o modelo de negócio dos camarotes que, para a empresária, está desgastado.

“Não quero mais trabalhar com a camiseta, com a marca do patrocinador, eu acho que está ultrapassado pra minha expectativa de empreendedora e pra minha expectativa de agitadora cultural aqui na Bahia. Eu faço isso há 16 anos. É um camarote em que dependo do patrocinador pra poder construir. Para o convidado é um conforto você ter uma camisetinha... Mas é muito 'facinho'. Então, é para tirar o vício da preguiça. De se falar: ‘Carnaval... Me arruma uma camiseta do camarote?’ Não tem mais o ‘me arruma a camiseta do camarote’. Eu acho isso pouco. Não quero mais. Cansei, não vou mais fazer nesse formato”.

Na prática, o Expresso 2222 não terá mais o recorte de camarote vip, para os convidados de Flora, de Gilberto Gil, seu marido e anfitrião do espaço, e dos patrocinadores. Funcionará como um baile de Carnaval, para o qual os convidados pagantes irão fantasiados.

“Vai ser Expresso 2222: O Baile. Vou fazer cinco bailes: sexta, sábado, domingo, segunda e terça, e cada patrocinador que se interessar compra um deles. E as pessoas entram com fantasia. O patrocinador pode até não estar fantasiado, se quiser vir com a camisetinha da sua marca, ok. Mas as mil pessoas vão estar fantasiadas. Vai ter um pouquinho de trabalho, para se fantasiar, se pintar, arrumar o cabelo... Mas, hoje em dia, está tudo muito mastigado. Esse modelo de negócio para mim está preguiçoso”.

Ainda de acordo com Flora, este novo padrão vai permitir a ela mais mobilidade para atrair os investidores, além de ser mais arejado para garimpar atrações e pensar novas formas de entretenimento. “Vou fazer música ao vivo. Assim, num baile pop, por exemplo, eu posso ter o Lulu Santos fazendo um show dentro do camarote, posso ter a Preta, posso ter a noite do funk... Não sei, o patrocinador pode falar que quer fazer um baile de máscaras... Porém, eu quero que as 800 ou as mil pessoas tenham muito mais coisas do que têm aqui hoje e vou ter muito mais dinheiro já que, além da cota de patrocínio, eu vou ter uma receita. Vou conseguir caprichar mais, para ser uma grande festa. Como os bailes do Copacabana Palace”.

Flora, que tem um histórico de inovações anuais na forma como conduz seu camarote – um ano foi a criação da Varanda Elétrica, no outro o conceito de sustentabilidade, e, este ano, criou, com uma amiga produtora cultural de Recife uma espécie de sucursal do Expresso 2222 no Carnaval pernambucano, para citar algumas –, disse ser a reforma na Barra, realizada pela prefeitura de Salvador, o estímulo que faltava para mudar radicalmente a concepção do Expresso.

“A revitalização da Barra me fez partir para ação, eu que já estava com a ideia de mudar. A partir da revitalização que eu vi neste Carnaval, eu falei: ‘Ah, tenho que mudar, porque tudo está mudando para melhor. Tenho que estar de acordo com o ar do tempo”.

Mas a empresária não perde o senso de realidade que sempre a acompanha e com o qual rege sua espartana e bem sucedida carreira no mundo dos negócios: “Ninguém precisa vir atrás de mim para reformular o Carnaval, eu que não quero mais. Se por acaso eu levar essa história para 10 empresas e ninguém quiser, so sorry, não vou fazer o camarote ano que vem. Se essa ideia não emplacar, eu posso fazer o camarote em um outro formato. Talvez não num formato ideal. Mas este formato de hoje eu não vou fazer mais. Camiseta, patrocínio... É uma guerra e não entra bilheteria. É muito trabalho, é sufocante, não tô mas afim”.
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