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Quinta-feira, 25 de abril de 2024

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Tarifa do transporte pode ser ainda menor em Cuiabá, aponta estudo

O Instituto de Defesa do Consumidor, IDC, divulgou, ontem (10 ), o resultado de um estudo feito sobre a planilha de cálculo da tarifa de ônibus em Cuiabá. As análises mostram irregularidades e apontam que a tarifa atual, de R$ 2,05, poderia até ser mais barata. 


Segundo o IDC, as planilhas de cálculo apresentam erros contábeis, como números apresentados que supostamente não são reais. Gilson Olmedo, contador do IDC, que realizou ou estudos, afirma que o usuário poderia ter uma tarifa mais barata sim, sem prejudicar as empresas. Ele espanta-se com o fato de um novo aumento da tarifa ser discutido, ao invés de uma diminuição justa do preço. 

“A prefeitura omite o número real de passageiros. Apresenta números menores que o real, o que, dentre outras coisas, justificaria um novo aumento das tarifas”, explica Gilson. Ele faz  menção a uma das supostas irregularidades encontradas, de que hoje o número de usuários do serviço de transporte coletivo já é 1,2 milhão, menor que em 2005. 

O contador também diz que as empresas de transporte coletivo têm tido um lucro bastante alto por ano, em torno de 12%,. Esse, segundo ele é mais um ponto evidenciando que não existe, por hora, a necessidade de aumentar novamente a tarifa. 

Além da questão de número de passageiros, outros itens da planilha são apontados como duvidosos pelo IDC. Um deles, por exemplo, é o preço apresentado do combustível dos veículos. Ele é o mesmo que a população pode ver nos postos de combustível da cidade.

No entanto, o abastecimento da frota é feito com combustível recebido diretamente do fornecedor, pela grande quantidade. “Alguém já viu aí ônibus parando para abastecer em posto? Claro que o valor que eles pagam é menor que o que vemos nas bombas”, diz João Batista, conhecido por Tito, da direção do IDC. 

Gilson continua explicando que até os itens que tratam de compra de uniformes e salários dos motoristas e cobradores devem ser esclarecidos. “É um cálculo muito delicado,  criterioso, minucioso. Não é todo mundo que vê e consegue apontar o que está certo ou errado”, explica. 

Além das análises sobre a tarifa de ônibus, o IDP também apresentou inconformidades do serviço de transporte público com a lei. O assessor jurídico do Instituto, Bruno Boaventura, apresentou alguns exemplos, como o tempo de uso de cada ônibus, que deve ser de, no máximo, quatro anos. Alguns, no entanto, já estão sucateados, em funcionamento há uma década. 

Ele explica que a planilha de cálculo da tarifa deveria ser publicada em todos os ônibus, ficando totalmente à mostra da população. Mas, essa lei não é cumprida. O IDP, segundo o assessor, só conseguiu a cópia do cálculo tarifário depois de entrar na justiça. 

Além de divulgar essas e outras irregularidades no serviço de transporte público em Cuiabá, a reunião promoveu um encontro entre diversas entidades e organizações, como diretórios de estudantes de universidades da capital, grêmios estudantis e outros. Com base nos resultados, todos iniciaram uma discussão conjunta para utilizar essas informações da melhor maneira possível, discutindo soluções. 

Os participantes desse encontro de  ontem continuarão com as discussões sobre o assunto e irão participar de uma audiência pública sobre transporte coletivo que acontece na próxima segunda-feira, às 09h da manhã, na Câmara Municipal de Cuiabá.
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