Ação dos criminosos é facilitada pelo tráfico de armas da região.
Rotina de medo desafia o sistema de segurança pública da capital Belém.

No Centro de Belém, os ladrões assaltaram uma loja de passagens aéreas e quando a polícia chegou, os funcionários foram feitos reféns. Segundo a Polícia Militar, no ano passado foram registrados 35 assaltos com reféns na capital paraense e na Região Metropolitana. Este ano já ocorreram 29 casos.

Pai e filho passaram juntos por momentos de agonia. Dois bandidos invadiram a casa deles, depois de um assalto frustrado e fizeram a família refém. Quatro pessoas, entre elas uma adolescente, ficaram em poder dos assaltantes.

"É medo, fica ali à deriva deles, a qualquer momento você não sabe o que pode acontecer”, conta o comerciante Pascoal Bentes da Silva.

“O criminoso, por sua vez, tem receio de ser atingido por um disparo da polícia ou de ser agredido pela população. Pelo lado do criminoso, a ocorrência com refém vai representar a chance que ele tem de preservar a sua integridade”, diz o comandante do Batalhão de Polícia Tática/PA tenente-coronel Sandoval Bittencourt.

No assalto a um microônibus, os ladrões dispararam dentro do veículo e usaram os passageiros como escudos. O motorista foi ameaçado: “Falaram ‘se a polícia atirar contra a gente, a gente vai ter que te matar’”.

O cobrador ainda está traumatizado: “Você pensa que não vai sair vivo, pensa que vai morrer, naquela hora começa a tremer todo o corpo”.

Nos ônibus da cidade, passageiros viajam assustados: “A qualquer momento pode acontecer um assalto”.

Foi depois de um assalto que um motorista decidiu abandonar a profissão: “Tinha medo de morrer e deixar minha família abandonada”.