Olhar Direto

Domingo, 21 de julho de 2024

Notícias | Brasil

Empresário de jogadores de futebol é suspeito de comandar quadrilha

Um empresário de jogadores de futebol é o principal suspeito de comandar uma quadrilha que enviou mais de três toneladas de cocaína para o exterior. A droga saía do Porto de Santos com a ajuda de funcionários terceirizados.


A quadrilha tinha uma estrutura bem organizada. Vinte pessoas já foram presas e onze estão foragidas. Quem explica toda essa história - e o envolvimento do empresário de jogadores de futebol - é o repórter Maurício Ferraz.

No meio de uma carga de algodão ou entre sacas de café. Foi assim que toneladas de cocaína saíram do Porto de Santos - o principal do Brasil - em direção à Europa, África e América Central.

Segundo a polícia, o empresário Ângelo Marcos da Silva era o coordenador da quadrilha, fazia os contatos com fornecedores da cocaína e controlava a qualidade da droga.

Com autorização da Justiça, as mensagens de texto trocadas pelo bando foram monitoradas. Em uma delas, Ângelo combina com um comparsa a compra de um carregamento. O empresário fala: “Me manda uma foto”. O comparsa obedece.

O desenho na cocaína tem explicação. “Isso é uma maneira deles identificarem a qual organização criminosa pertence aquela droga que está sendo encaminhada, exportada para fora do Brasil”, explica o delegado da PF Reinaldo Campos Sperandio.

Ângelo foi policial militar durante 5 anos. Trabalhou no Segundo Batalhão de Choque e foi expulso em 1997 por roubo. Em outubro do ano passado, virou sócio de uma empresa que gerencia a carreira de jogadores de futebol.

A Polícia Federal acredita que parte do dinheiro usado na compra da sociedade veio do lucro que a quadrilha tinha no Porto de Santos com o tráfico de drogas.

A empresa é a Plus Sports e Marketing, criada em 2010. Entre os atletas que ela gerencia, estão: Luciano, atacante do Corinthians que fez seis gols em sete jogos este ano e acaba de ser convocado para a seleção brasileira Sub-20, e Negueba, atacante do Flamengo, um dos heróis da vitória contra o Emelec pela Libertadores da América.

Ângelo Marcos da Silva foi preso, segunda-feira passada, acusado de tráfico internacional.

E como a droga cruzava o oceano sem levantar suspeitas? A polícia descobriu que a quadrilha subornava funcionários terceirizados dos terminais do Porto de Santos. A missão deles era colocar malas ou mochilas com a cocaína dentro das cargas e depois fechar o contêiner com um lacre falso, clonado.

“Dentro da mochila seguia outro lacre clonado. Quando chegava no local, eles abriam o lacre, retiravam, pegavam aquele lacre que era semelhante e lacravam novamente o contêiner”, ressalta o delegado Reinaldo Campos Sperandio.

Durante os 8 meses de investigação, mais de três toneladas de cocaína foram apreendidas. A maior parte ia para Espanha, Itália, Alemanha e Bélgica.

E como os criminosos gastavam a fortuna que ganhavam? Segundo a Polícia Federal, um barco foi comprado com dinheiro do tráfico de drogas. O preço: R$ 5 milhões.

As investigações se concentram agora em outros bens - como casas e empresas - para saber se foram comprados ou não com a venda de tanta cocaína.

Procurada pelo Bom Dia Brasil, a Plus Sports disse que está à disposição das autoridades para auxiliar nas investigações e que os jogadores não vão se pronunciar sobre o assunto. Ainda segundo a Plus Sports, o advogado do empresário não quer gravar entrevista.
Entre no nosso canal do WhatsApp e receba notícias em tempo real, clique aqui

Assine nossa conta no YouTube, clique aqui
 

Comentários no Facebook

Sitevip Internet